Mundo Sem Cor e a Cor do Gênesis




 Tem dias que me canso
De palavras sem sabor
De lábios sem amor
De olhares sem cor

De pedras ao léo
Em vidraças coloridas
Que enfeitam a vida
Mas escondem a dor

Me canso do compasso
Acelerado, a cela , errado
Do beijo apressado
Na face do embriagado



Que mendiga a vida
O beijo
O lábio
O amor
A cor
O olhar

Estou cansado
De coração acelerado
Na cela, do lado
Escondendo a dor

De ver o mundo
Cego, surdo, mudo
Cansado de amor.

A Cor do Gênese



Não havia cor, mas caos
Não era eu, nem ser
Até que Tuas mãos
Me fizeram viver

Trevas sobre o abismo
Espírito sobre as águas
Cacos sobre o barro
Molda, molda-me


Ainda imperfeita
Ouvi Tua voz
Na roda do oleiro
Filho de carpinteiro

Não era eu nem vida
Sombra, perdida
Imagem abatida
De ser que não era


Ouvi Tua voz
Mãos habilidosas
Obra calorosa
Revivendo o Gênesis


Em mim Tu És
Em Ti eu sou
Sopro do Criador
Gerada em seio de amor

Refazendo o barro
O Espírito já não paira
És a minha água, fonte
Paz abundante.
Wilma Rejane

2 comentários:

Victor Hugo disse...

Muito bom! Gostei muito! parabens pelos versos!

Wilma Rejane disse...

Oi Victor!!

Obrigada. Sabe, considero que todos nós temos um pouco de poeta (e de médico e louco rsrsr). Apesar disso, admirar poemas ficou para poucos.

Deus o abençoe.