Considerações sobre o autismo




Wilma Rejane

Queridos leitores, não sei quantos de vocês têm familiaridade com o autismo. Em minha família há pelo menos três casos registrados nas gerações mais novas : uma menina de sete anos Asperger (minha sobrinha), e um menino de seis com autismo leve (sobrinho). Asperger, para quem não sabe, é um aspecto do autismo que permite a pessoa viver uma vida "quase normal". Minha sobrinha, por exemplo, frequenta uma escola que não é destinada a "pessoas especiais" e se desenvolve bem, sendo até muito inteligente. Meu sobrinho, filho de um outro irmão, é acompanhado por equipe multidisciplinar e não apresenta maiores problemas.

Sempre vi o autismo como parte de um contexto da diversidade humana, como um mistério que somente Deus explica, pois, os estudos existentes não chegam a um consenso, o fator genético, que particularmente acato, é apenas mais uma hipótese, entre tantas. Contudo, apesar dos percalços, não considero autismo uma sentença pesarosa, maldição, ou coisa parecida. Creio em um Deus justo e perfeito, assim como creio que através da fé, é possível encontrar propósito no sofrimento e alegria nas tribulações. Um de meus versos Bíblicos preferidos diz: "Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito." Romanos 8:28 . "Todas as coisas", significa as que compreendemos e as que não compreendemos, não é mesmo? 

Recentemente, minha netinha mais nova, de apenas dois aninhos, também foi diagnosticada autista. Sabryna é uma criança alegre que andou aos nove meses, sempre se alimentou bem e fala algumas palavrinhas. A desconfiança do autismo, contudo, veio cedo; a dificuldade para dormir à noite e o não atender pelo nome acenderam nossa desconfiança, e com tantos casos e relatos disponíveis na internet, logo tivemos a certeza. O diagnóstico médico veio mais tarde do que o diagnóstico da família. Sabryna e sua irmã Sofia têm ocupado muito de meu tempo, pelos motivos aqui descritos e também por acreditar que Deus colocou-as em nossas vidas para serem bem cuidadas. Há uma frase que diz: "Nenhum sucesso compensa o fracasso no lar". Não sei quem falou isto, mas há harmonia com a Palavra de Deus que ensina: " Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel". I Timóteo 5:8.


É interessante como o autismo de minha netinha mudou os hábitos de toda família: hoje temos mais cuidado com a alimentação e estamos unidos na busca de melhores condições educacionais que possam ajuda-lá a se desenvolver de modo saudável.O autismo, entre outras coisas, me ensinou o que Jesus realmente quis dizer sobre amar os pequeninos, estes são os puros que vieram a essa terra com a missão de nos ensinar a amar, não o "perfeito" e "belo", mas o que Deus criou para despertar amor. 

O autismo me ensinou a amar mais, a perceber a beleza do "diferente",  a ter esperança no futuro. Me ensinou que a fé nos torna forte para essa vida e nos enche de paz por acreditar que as lágrimas serão enxugadas pelo próprio Deus quando nos conduzir à Sua gloriosa presença em uma outra vida melhor e mais perfeita.

"Amar significa amar o que é difícil de ser amado, de contrário não seria virtude alguma; perdoar significa perdoar o imperdoável, de contrário não seria virtude alguma; fé significa crer no inacreditável, de contrário não seria virtude alguma. E esperar significa esperar quando já não há esperança, de contrário não seria virtude alguma." - G. K. Chesterton 

Glória seja dada ao Deus Criador!

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Segue um belo artigo sobre autismo





Seis meses depois que Tim e Iracema Kunkel saíram dos Estados Unidos para uma missão no Uruguai, em 1990, Steven parou de falar em seu primeiro ano de vida. Primeiro o casal pensou que seu bebê havia sofrido um choque cultural. Em seguida eles entenderam que havia  algo errado.

Quando Steven completou 4 anos, seu pai o levou para São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia, para um diagnóstico formal. Os médicos disseram que o garoto era autista, e nunca seria capaz de viver por conta própria, aprender a falar ou fazer amigos.

A equipe médica recomendou que Tim e Iracema deixassem o campo missionário e colocassem seu filho em uma escola para crianças autistas. O casal, no entanto, sabia que Deus tinha outros planos para sua família.

"Meus pais decidiram confiar no Senhor e me levar de volta para o campo missionário, sabendo que seus filhos pertenciam a Deus", relatou Steven, hoje um estudante de 26 anos de idade na Boyce College, a escola de graduação do Seminário Teológico da Batista do Sul.

"Eles me trouxeram de volta para o Uruguai; o Senhor começou a trabalhar em mim e eu comecei a falar com 5 anos de idade. Recebi a Cristo como Senhor e Salvador aos 8 anos, por entender que Jesus veio para morrer por meus pecados na cruz", contou Steven.

Embora os médicos tenham dito a seus pais que Steven teria dificuldades para falar, ele mostrou um talento especial para as línguas. Aos 15 anos, Steven falava três idiomas: inglês, espanhol e português.

Missão

Em certo momento, Steven sentiu um chamado de Deus para ser missionário no Japão. Como não sabia falar japonês, ele não tinha certeza de como responder à essa chamada. Mas Deus deu a ele a oportunidade para aprender a língua enquanto ainda vivia na América do Sul.

"Depois que eu comecei a minha vocação, eu percebi que não havia oradores japoneses no Uruguai. Então estávamos preocupados em como Deus iria me ensinar japonês. Mas então, Deus abriu um caminho com um dos líderes da IMB, e eles transferiram minha família para o Paraguai”, disse Steven.

"No Paraguai havia mais pessoas de outros lugares do mundo, incluindo os japoneses. Nós vivemos no Paraguai por sete anos e eu aprendi japonês, trabalhando em uma igreja japonesa, com um pastor japonês", relatou.

Depois de trabalhar com a igreja japonesa, Steven respondeu ao chamado de Deus se mudando para o Japão, aos 22 anos. Ele passou maior parte de seu tempo no Japão trabalhando como tradutor para a igreja Gospel International, uma igreja filipina.

Dom

"Eu acredito que Deus me deu o dom de línguas, e eu percebi que precisava usá-lo para a Sua glória", disse Steven. "Eu estava ciente de que muitas pessoas aprendiam línguas por dinheiro ou poder, mas eu gosto muito de aprender línguas porque eu gosto muito de chegar aos povos não alcançados."

Atualmente, Steven fala inglês, espanhol, português e japonês fluentemente, e está aprendendo mais seis novos idiomas, incluindo árabe, turco e francês. Ele espera que sua proficiência em outros idiomas o prepare para o futuro ministério de espalhar o Evangelho ao máximo de pessoas possíveis.

"Meu autismo é um dos maiores dons que o Senhor me deu. O Senhor me curou, mas não foi 100%, porque Ele quer que eu continue confiando Nele", disse Steven. "Se não fosse por meu autismo, eu não estaria determinado a aprender línguas, encontrar amigos ou compartilhar o Evangelho com as pessoas, e encorajar os outros."

Fonte artigo missionário autista: Guiame

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Deus o abençoe.

Um comentário:

Heloisa Batista Peixoto disse...

Wilma...lindo seu testemunho. Tenho um sobrinho autista é realmente um AMOR DIFERENTE e sabemos que são ANJOS enviados por DEUS para que possamos compreender o gde AMOR DE DEUS POR NÓS! ELE não faz acepção de pessoas e SEU AMOR É VERDADEIRO em nossas vidas.