Junto ao poço de Jacó






Wilma Rejane


Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. João 4:14



Essa passagem Bíblica é bem conhecida e se refere a conversa entre Jesus e a mulher samaritana, ocorrida à beira do poço de Jacó. É interessante, porque nela Jesus se apresenta como : Á água (mayim). A do poço, era parada. Jesus era o jorro d'água. A vida eterna, estava na água em movimento, na fonte incessante.

Mayim ( Strong 08451): movimento, vida, sustento, revigoramento.

“ Quando passares pelas águas “mayim”, estarei contigo, e pelos rios, eles não te submergirão” Is 43:2


Se um poço de água suja, ou uma cisterna, ou qualquer outro meio de água parada não receber em si, novas correntezas, o destino é a poluição tal que pode levar à morte. Se em qualquer recipiente de águas paradas, lançarmos água limpa, a natureza, o teor do liquido mudará para melhor. Imagine uma vida repleta de pecado, tristezas e infelicidades (cisterna suja) e de repente, do meio dessa cisterna surge uma fonte jorrante de águas , o tempo fará com que a cisterna se purifique e tenha sua natureza transformada. Jesus é o Jorro da água, O movimento que transforma passado, presente e futuro. Marleau-Ponty sobre o curso das águas filosofou: “ Sua essência consiste em passar, nenhuma de suas partes pode permanecer a mesma quando outra se apresenta”.



Nenhum homem poderá ser o mesmo se receber em si mesmo a Fonte que é Jesus. Sua natureza poluída será transformada pelo jorrar das águas. O antigo Israel, foi advertido por Deus de que deveria abandonar as cisternas rotas, de águas paradas: “ O meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas e cavaram cisternas rotas, que não detêm as águas” Jr 2:13. De fato, nós sobreviveremos de modo medíocre e infeliz com nossos cântaros de águas de poços ou de cisternas. Seremos quem não somos, mas nos formamos, pela sede nunca saciada, e o desejo constante de buscar alimento em fontes que se esgotam. A samaritana, “ largou seu cântaro” depois do encontro com Jesus( João 4:28). Um gesto de renúncia, arrependimento e de satisfação pelo despertar de uma nova vida.


A ciência nunca desistiu de procurar por fontes de águas em outros planetas, a existência delas significa possibilidade de vida com qualidade. Mas isso nunca se fez real. Já encontraram água congelada, quente e em estado sólido, em planetas desabitados, lógico. Sem oceanos, fontes de água renovável, não há vida.  A ONU divulgou que a má qualidade da água é uma das causas da pobreza, más condições de vida e  problemas de saúde do mundo. Cerca de 2,6 bilhões de pessoas dos países mais pobres do mundo carecem de instalações de saneamento básicas. Conosco acontece algo semelhante, sem Jesus em nossas vidas, sem a Fonte jorrante, padecemos espiritualmente. 

O poço está entre Jesus e a samaritana simbolizando uma vida vazia e sem salvação. É um lugar criado pelo homem (no caso Jacó) e que pode sim, saciar a sede física, orgânica, mas não a espiritual. Jesus não estava no poço por acaso, mas em socorro, em prontidão fase os clamores do coração da samaritana.

Nos textos originais, em aramaico, existe uma semelhança ortográfica incrível entre a palavra “fonte” e “filho”, vejamos:

B' bira = fonte, poço ( pronúncia = Bit-Bit-Resh-Alap)
Babra = Filho (pronúncia = Bit-Bit-Resh-Alap )
Assim, teremos : A Fonte de Águas Vivas é Jesus, Filho de Deus.


Se estamos assim, com cântaro nas mãos, junto ao poço de Jacó ou bebendo de cisternas rotas, a solução se apresenta em Jesus, a Fonte que garante saciar de uma vez por todas toda nossa sede. Ele é a nossa paz.

Deus o abençoe.



Um comentário:

Mateus Emilio Mazzochi disse...

Paz do Senhor, esta passagem mostra muito claramente a essência do Cristianismo. Levar a Palavra a todos, não pré-julgar, e depois de receber a água da vida, divulgar para o maior número de pessoas.
http://mateusemiliomazzochi.blogspot.com.br/