Fé para os dias de aflição

 


Wallace Sousa

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." João 16:33

Aquela segunda, dia 6 do mês 6 de 2016, havia começado como outra qualquer, às 6 horas da manhã. Mas, quando você acha que tudo continua igual, a vida vem e surpreende você. E, às vezes, a vida lhe prega peças e também lhe pega de jeito. E assim foi comigo, o destino me pregou uma peça na encruzilhada da vida. 

Eu não sei o que você está passando, pelo que já passou o pelo que ainda irá passar, mas escrevo isso justamente para que minha experiência possa, de algum modo, ajudar você que enfrenta lutas, dissabores e angústias, sejam elas inesperadas, programadas ou totalmente imprevisíveis.

Fazia alguns dias que meu pai me visitava e nos dava o prazer de sua agradável presença em sua companhia, visto que moramos quase 2.000km distantes um do outro, sempre aprecio suas visitas, ainda que breves, quando ele passa aqui por Brasília. Não são as coisas que ele traz na bagagem, as guloseimas e delícias da culinária nordestina que me cativam desde o nascimento, mas sua presença e seu carinho que nos abençoa é o que torna sua vinda tão agradável e desejada.

Todavia, como de costume, ele vem e vai, passa e parte. Como filho, sei que assim é a vida, e é assim que a vida é. Não mais questiono, apenas aceito e sigo vivendo, vou andando, e continuo vivendo, aproveitando cada instante, principalmente aqueles bons momentos que gostamos de guardar na memória.

Mas, como já disse, aquela segunda que havia começado como todas as outras, não findaria da mesma forma. Eu precisava atravessar por uma encruzilhada e passar por uma difícil experiência.

Sabe, às vezes nós pensamos que estamos preparados para tudo, mas quando as coisas acontecem e pegam a gente de surpresa, nós nos damos conta de que nada é como pensávamos e tudo é diferente do que nós prevíamos. A vida nos prega peças e, muitas vezes, descobrimos que não estamos preparados quando a circunstância chega de supetão.


O Cavaleiro no Cavalo Branco de Apocalipse 19

 

Autor: James R. Edwards
Tradução: Wilma Rejane N. Moura

Apocalipse 19: 11–16 apresenta a visão de um cavaleiro em um cavalo branco no céu. O cavaleiro é fiel e verdadeiro,  ele julga e guerreia com justiça. Seus olhos são chamas de fogo, e ele é coroado com muitas coroas.  vestido com uma veste ensanguentada. Ele cavalga para executar o julgamento de Deus Todo-Poderoso, liderando um exército no céu também montado em cavalos brancos e vestido de linho branco. Uma espada afiada sai de sua boca, o que é interpretado à luz do Salmo 2:9, “Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro. ” O cavaleiro tem um nome conhecido apenas por ele mesmo (19:12),  mas ele é chamado de "a palavra de Deus" (19:13) e "sobre a sua roupa e em sua coxa está escrito o nome, ‘Rei dos reis e Senhor dos senhores’ ”(19:16).

O Cavaleiro de Apocalipse 19 é Jesus Cristo, o título "Senhor dos senhores e Rei dos reis", Cordeiro de Deus vitorioso também aparece em Apocalipse 17:14. A imagem que não aparece em nenhum outro lugar do Novo Testamento - é a referência à coxa  com a inscrição "Rei dos reis e Senhor dos senhores"(19:16).

A imagem da coxa é "um quebra-cabeça exegético"  para os intérpretes do Apocalipse, muitos dos quais passam por ela sem comentários. A falta de evidência com referência para a coxa levou a várias especulações sobre seu significado. Escritores patrísticos frequentemente interpretam "coxa" alegoricamente como uma referência à posteridade de Jesus, análoga a "todas as almas que vieram com Jacó ao Egito, que saíram de suas coxas" (Gênesis 46:26) .

Os estudiosos modernos geralmente concordam que o significado é literal ao invés de alegórico, mas não há  consenso sobre o significado da imagem. Alguns sugerem que o nome está escrito na vestimenta que cobre a coxa. Outros consideram "coxa" como uma metonímia para "espada", isto é, o lugar onde a espada é guardada (Homero, Il. 1.190; Od. 11.231; Virgílio, En. 10.788; Êxodo 32:27; Juízes 3:16, 21; Salmos 45: 3; Cânticos 3: 8) .

De ​​forma semelhante, David Aune sugere que a coxa pode referir-se a quadril ou quadril do cavalo, em vez de seu cavaleiro. Essas explicações em grande parte descartam coxa como um elemento descritivo significativo em Apocalipse 19:16. Os intérpretes que discutem a coxa como um elemento descritivo significativo diferem largamente. Ernst Lohmeyer acha que a coxa é inspirada pelo costume egípcio de escrever o nome real em cada membro.

H. B. Swete especula que a inscrição da coxa pode imitar uma "estátua equestre em Éfeso com uma inscrição semelhante." G. K. Beale sugere que o nome está escondido pela vestimenta do cavaleiro, invisível até que a vestimenta seja levantada enquanto o cavaleiro se move .

Edmondo Lupieri reconhece que um nome em um coxa "evoca estátuas helenísticas" e provisoriamente postula que a inscrição pode ser uma gemmadia - letras misteriosas que às vezes aparecem em retratos paleo cristãos.Outros comentaristas declaram que antigas inscrições na coxa contêm o nome da pessoa representada.

Em um artigo recente sobre Apocalipse 19:16, Sheree Lear propõe que a inscrição da coxa lembra Gênesis 49: 10.12. Até o momento, nenhum consenso emergiu sobre o significado de coxa em 19: 16,13.

Proponho uma nova solução para este quebra-cabeça. Começo considerando sete inscrições na coxa que não foram discutidas anteriormente em relação a Apocalipse 19:16. Esta evidência, estatuária e literária, revela que as inscrições na coxa, embora raras, são dedicadas para Apollo. Após o exame da evidência epigráfica, considerarei Apollo relacionado às imagens e alusões no Apocalipse. É como se Jesus Cristo, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, ao expôr sua coxa com inscrição estivesse a comemorar sua vitória sobre às divindades pagãs que emergiam no culto a Apollo na época das visões de João. E não apenas às divindades daquela época, mas de todas as épocas.

Apolo era o filho mais famoso de Zeus, o mais grego dos deuses e um dos únicos olímpicos a manter o mesmo nome em grego e latim. Do ponto de vista moral, ele foi o mais exemplar membro do panteão grego.  Seus epítetos como "Helper", "Sun God", "Oracle Giver",e "Revelador Beneficente" e, acima de tudo, sua conquista vitoriosa sobre Python correspondem de várias maneiras aos atributos de Jesus Cristo no Apocalipse. Com base na evidência epigráfica de antigas inscrições na coxa e nas imagens de Apolo no Apocalipse, concluo que a inscrição na coxa de 19:16, embora enigmática para os leitores e intérpretes subsequentes do Apocalipse, teria sinalizado para os leitores de João que as virtudes consagradas no culto de Apolo são consumadas em Jesus Cristo como o cavaleiro vitorioso no cavalo branco.

Evidência de inscrições na coxa da Antiguidade- 

Estátua de mileto: no museu  de Mileto, um torso em tamanho real (peito até os joelhos) de estilo e proporção realistas, identificado como Apolo, tem uma inscrição na sua coxa esquerda.

Descrição da estátua: Um tronco em tamanho natural (tórax até os joelhos), em mármore, com motivos realistas, identificado provisoriamente pelo museu como Apolo, inscrito na coxa esquerda em grego apenas parcialmente legível, escrito da direita para a esquerda. Quinto século a.C. Museu Miletus, Turquia. Fotografia por James R. Edwards, Janeiro de 2014.

Um estudo importante e revelador sobre os dois cavaleiros em Apocalipse 6 e 19

 Wilma Rejane

Olá queridos leitores, tudo bem?

Estou trabalhando na tradução de um longo artigo sobre o cavaleiro que aparece em Apocalipse 19. Uma vez desvendado o mistério do cavaleiro em Apocalipse 19, o entendimento sobre o cavaleiro de Apocalipse 6 ficará muito mais nítido.  Semanas atrás publiquei sobre o cavaleiro de Apocalipse 6, mas quero dizer-lhes que aquele artigo deixou muito a desejar e somente recentemente tenho feito descobertas incríveis, reveladoras que vão juntando as peças do quebra-cabeças que é o livro de Apocalipse. Deus é perfeito e de um modo muito especial  descreveu para João sobre os acontecimentos do fim dos tempos, é uma linguagem que necessita de esforço natural e sobrenatural para ser compreendida.

Se Deus permitir publicarei o artigo no Domingo, peço que não percam. Que a paz, o amor e a misericórdia do bom Jesus esteja com todos , feliz sábado!

Onde encontrar abrigo seguro?

 


Wilma Rejane

Salmo 57:1:" Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades."

Um exército de homens armados cercava a caverna de Adulão, lugares estratégicos de Mizpá e Judá a fim de capturar Davi. O ódio e a inveja de Saul provocava toda esta situação de calamidade. E é nesse contexto que o Salmo 57 é criado, como um uma oração de socorro na providência Divina. À sombra das asas de Deus era o ùnico lugar, o mais seguro lugar, inacessível para os inimigos e absolutamente disponível para o Davi aflito e confiante. Deus, portanto, é invocado em oração, como um pássaro cuidadoso e amoroso abrigando seu filhote (Davi) embaixo de Suas asas.

Em vários outros lugares da Bíblia a fraternal imagem do Pai Pássaro é usada para transmitir a atuação de Deus em relação aos homens. No livro do profeta Sofonias, por exemplo, as asas de Deus estão estendidas sobre o remanescente humilde de Israel: