Porque ser mãe transcende o DNA





Wilma Rejane

DNA é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e de alguns vírus. Esse composto define o parentesco, o DNA de cada individuo é exclusivo, apenas gêmeos univitelinos têm DNA idênticos. Assim é o amor de mãe, ele contém as instruções que coordenam o desenvolvimento da família e da sociedade.  Quando ocorre um desequilíbrio no DNA, o corpo adoece seriamente  causando o câncer. Em metáfora, podemos dizer que uma mãe  desestruturada  gera prejuízos a família e a sociedade em geral.


Além do sangue

Há milhares de anos nascia em Belém da Judeia: Jesus, o Messias Salvador. Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo no ventre de uma mãe, chamada Maria. Esse acontecimento marcou de forma definitiva a humanidade e revelou a excelência do dom materno. Maria ficou sendo a "theotokos" ou seja: Portadora de Deus, no sentido de que conduzia em seu ventre a revelação de Amor maior, as Boas Novas para humanidade. Toda mãe tem (ou deveria ter) o dom e a missão de ser essa portadora de Deus a conduzir os homens para o caminho do bem.

E foi justamente a narrativa Bíblica que me inspirou a acreditar que ser mãe é algo que transcende em espiritualidade, vai além do sangue, dos laços de parentesco. Como explicar o fato de mulheres adotarem crianças como filhos e  amarem com a intensidade de quem os carregou no ventre? Mãe é alma geminada  porque é uma com o filho para sentir o que se passa nele, como se nela fosse. Mães amam, apesar de tudo, apesar de si mesmas. Um amor altruísta que pensa mais na felicidade do outro do que na sua própria.

A mãe sabia e a tola

Há um provérbio Bíblico que diz: " a mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba com as próprias mãos." Pv 14:1.

É a Palavra de Deus convidando as mães a investirem nos lares, reconhecendo a importância da mulher para felicidade familiar. Ser mãe é sublime e Divino, mas a realidade mostra que nem toda mulher se sente a repousar no paraíso por ter gerado um filho. Onde há rosas, há também espinhos e é impossível omitir que os desmantelos sociais incluem  como causa a desestrutura familiar. As Febens da vida estão repletas de crianças que nunca conheceram o amor de mãe. É incrível o desastre causado pela falta de uma mãe amorosa. Disse Jesus: Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará ( Mt 24:12). Essa Palavra é inversamente verdadeira e apoia a condição de abandono e rejeição infantil.

De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), no Brasil existem 26.138 pretendentes aptos para adotar, enquanto que 4.364 crianças e adolescentes estão disponíveis . A realidade das 600 instituições no País mostra que há ainda um número alto de jovens a espera de um lar. Em muitos casos, a demora para adotar se reflete no perfil exigido de quem fez essa opção. Talvez, por preconceito ou por hábito, a maioria ainda deseja crianças brancas, do sexo feminino e idade de até 18 meses, ao contrário da realidade que se encontra nos abrigos: crianças pardas, maiores de dois anos, muitas vezes com irmãos. Muitas  crianças que vivem em entidades assistenciais não estão livres para serem encaminhadas a uma nova família.  A maioria delas foi vítima de maus tratos, negligência ou porque seus parentes não tinham condições materiais de criá-los.
Os homens são (em parte) o que as mães fazem deles.
Ralph Emerson - adaptado




E aqui cabe a reflexão: Gerar filhos é o mesmo que ser mãe?  Como pode o sublime ato de ser mãe ser corrompido a ponto de tornar o mundo um lugar perigoso? Infelizmente existem muitas mulheres agindo como tolas e deixando traumas graves na vida de seus filhos e por essa causa o mundo também sofre, pela ausência de amor entre mães e filhos.


Que Deus ajude as mamães biologicas, adotivas, que nunca (ou ainda) não tiveram filhos mas de maneira generosa se doam na esperança e certeza de que o mundo se torna um lugar melhor quando se unem a Deus nessa missão.  Abençoadas sejam as mães que amam para além do Genes.

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