Lições que o Centurião de Cafarnaum me Ensinou




"Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz”. Lucas 7:7-8


Wallace Sousa

A história do centurião de Cafarnaum é bastante conhecida, não apenas no meio evangélico, mas em todo o mundo, cristão ou não. Por uma boa razão: é um exemplo prático de fé e como ela deve ser praticada. A história nos desafia a exercer um tipo de fé que, até aquela data, ainda não tinha parâmetro de comparação, visto que Jesus mesmo disse “que ainda não havia visto fé como aquela”. E, até hoje, é uma fé que não encontra rivais.

O centurião era o oficial romano responsável pelo comando de uma guarnição de 100 homens, que geralmente ficavam aquartelados em cidades estratégicas, fosse pela importância ou pela localização geográfica. E, em Cafarnaum havia um centurião que se destacou não apenas pela competência profissional, mas também ficou conhecido pela empatia pessoal e por uma fé ímpar, especial. Um tipo especial de fé que nos desafia hoje, mesmo passados dois milênios.

Esse homem tinha a reputação similar à que hoje possui um delegado em cidade do interior. Ele era a “autoridade” ou, como dizem alguns, em avançado estágio de decomposição embriaguês: “seu dotô otoridade“. Mas, uma coisa que me chama atenção nesse homem sem nome, sem passado e sem história – mas que marcou a História -, é que ele, apesar disso, era um homem humilde e simples, que atentava para as necessidades das pessoas ao seu redor.

Ah, como homens desse naipe fazem falta nos dias atuais. Infelizmente, muitos hoje, mesmo em posições eclesiásticas, mal sobem um tijolo degrau e já se consideram superiores aos demais. E o que direi de políticos, empresários e até mesmo aqueles que foram nomeados para nos defenderem, agindo como crápulas e criaturas de baixeza tal que encontro dificuldades em encontrar um nome adequado para qualificá-los?

Em meus sonhos de pura fé infantil, me vejo rabiscando um rol de pessoas a quem desejo conhecer ao chegar no Céu (depois de dar aquele abraço apertado no Senhor, óbvio… risos). E, nessa singela lista, rabisco facilmente os nomes de Josué, o maior líder de torcida organizada de todos os tempos (ganhava o jogo no grito), Moisés, seu tutor e destruidor de tutancamões (ou algo parecido). Poderia citar Noé, aquele do “meu barquinho em alto-mar“, e não poderia deixar de fora, claro, Davi, o terror dos gigantes. Mas, nessa lista ainda incompleta, vou achar um jeito de incluir uma nota de rodapé: “não esquecer de procurar o centurião sem nome“.

Assim, peço que me acompanhe nessa agradável caminhada na qual vamos tentar abordar o que esse anônimo famoso tem a nos ensinar sobre fé, amizade, confiança, humildade e autoconhecimento. Vem comigo.


Como os judeus se espalharam por mais de 100 países e ainda conseguiram manter vivos valores e tradições.






Os judeus são o único povo que nasceu com o dever divino de habitar uma região do planeta: Canaã (Israel). No entanto, ao longo de seus 4 mil anos de história, eles se tornaram a nação mais cosmopolita do mundo. As comunidades judaicas hoje se espalham em mais de 100 países – do México à Inglaterra, do Cazaquistão à África do Sul, de Cuba ao Japão. Com exceção de Israel, os judeus têm vivido como minorias em todos esses lugares.

“A história judaica é marcada por sucessivas dispersões e diásporas dentro de diásporas”, diz Luis S. Krausz, professor de Literatura Hebraica e Judaica na Universidade de São Paulo (USP). “Essa história começa com a destruição do Templo de Salomão pelo rei Nabucodonosor, no século 6 a.C., quando os judeus foram levados ao cativeiro na Babilônia. E continua até o século 20, com a dispersão e o genocídio dos judeus da Europa.”

Tantas travessias produziram uma diversidade de grupos judaicos que cristalizaram costumes, idiomas e culinárias dos lugares onde viveram. E também contribuíram para enriquecer as culturas locais. Nesta reportagem, vamos viajar pelos momentos mais importantes da saga judaica através das fronteiras.

Babilônia e Império Romano

Os judeus botaram o pé no mundo em 587 a.C., quando o rei babilônio Nabucodonosor invadiu o antigo reino de Judá (ao sul de Israel). O monarca arrasou Jerusalém e mandou parte de seus habitantes para a Babilônia, na Mesopotâmia (hoje Iraque). Mas o que havia sido um degredo imposto à força contribuiu para o florescimento do judaísmo. “Foi durante o exílio que se impôs pela primeira vez a todos os judeus a prática regular de sua religião”, diz o historiador britânico Paul Johnson no livro História dos Judeus.

“Também foi reforçado o ritual da circuncisão, que os distinguia dos pagãos, e o costume do shabat (dia do descanso)”, diz Johnson. Os escribas redigiram as tradições orais e compilaram os pergaminhos vindos do templo destruído. O calendário judaico se aprimorou com a astronomia babilônica e incluiu festas como o Pessach (Páscoa), que recorda a saída dos hebreus da escravidão no Egito. 

Apenas 50 anos depois, em 538 a.C., o rei persa Ciro permitiu a volta dos judeus a Jerusalém e a reconstrução do templo. “Muitos preferiram ficar na Babilônia, que permaneceu como um centro da cultura judaica por 1,5 mil anos”, diz Johnson. Em 63 a.C., uma nova reviravolta. O general Pompeu invadiu a Judeia e a transformou em província do Império Romano. Terminava assim o reino dos Hasmoneus – o último país judeu independente que existiu até a criação do Israel moderno, em 1948.


A tensão culminou com uma rebelião. Em 70, o general romano Tito reprimiu os revoltosos, destruiu o segundo templo e mandou os judeus a uma nova diáspora, que alcançou a Ásia, a Europa e o norte da África. Mas ao contrário dos anos na Babilônia, o exílio nos domínios romanos marcou o início das perseguições. “Os romanos não toleravam o culto judaico a um Deus único nem costumes como o shabat”, diz o historiador francês Gerald Messadié no livro História Geral do Antissemitismo

A situação piorou com a conversão do imperador Constantino ao cristianismo, no século IV. Em 325, o Concílio de Niceia acusou os judeus pela morte de Jesus, o que serviu de base para o mito medieval de que tinham poderes sobrenaturais e eram aliados do diabo. Os judeus foram proibidos de exercer funções públicas, ter empregados e se casar com não judeus. Qualquer semelhança com as Leis de Nuremberg, promulgadas em 1935 pelo nazismo, não é coincidência.

O Divino poder da música

 Bouguereau. A canção dos anjos. 1881 Glendale, Forest Lawn memorial 



De Glenn Pease
Traduzido e adaptado
Por: Wilma Rejane


Há poder na música quando ela é correta e inteligentemente utilizada, até mesmo para se ganhar uma guerra. Cornetas, trompetes, bateria, foram alguns instrumentos usados para motivar homens a marchar em batalhas. Apenas o som desses instrumentos  expulsavam inimigos sinalizando a chegada da cavalaria. A Bíblia tem exemplos do poder da música como arma. Quando Josué lutou na batalha de Jericó, os sacerdotes estavam a marchar ao redor da cidade, sete vezes soprando trombetas feitas de chifre de carneiro. Foi o sinal de uma longa rajada de trombetas que fizeram as paredes virem abaixo.  Vozes de alta frequência  quebram  taças, mas aqui foi um espetáculo de trombetas e vozes quebrando o muro de uma cidade.


Quando Gideão com seus 300 homens assumiu a grande horda de midianitas ele fez isso com 300 trombetas. Todos os seus homens sopraram suas trombetas e quebraram frascos. Os inimigos entraram em  estado de pânico e começaram a brigar entre si sendo derrotados. Sabemos que há poder em mísseis, mas nos esquecemos do poder que existe na música. Salmos. 150:3 diz: "Louvai-O ao som da trombeta." A trombeta pode ajudar a ganhar uma guerra, ou nos ajudar a louvar a Deus e inúmeras outras coisas. A música tem o poder de dar sentido à vida, e por isso um dos piores julgamentos que Deus pode infligir a um povo é privá-los de música. Ouça a punição dada a cidade de Babilônia por sua grande maldade. Em Apocalipse 18:22, lemos: "A música de harpistas e músicos, de flautistas e de trombeteiros, nunca mais será ouvida entre vós."


Não haverá música no inferno, mas haverá música para sempre no céu, e será tanto vocal quanto instrumental. Deus gosta de cantar, e o profeta sugere que a trombeta do Senhor é realmente um instrumento que Ele gosta. Zac. 9:14 nos diz que Deus fará soar a trombeta. Uma vez que os primeiros cristãos não utilizavam instrumentos,  cria-se controvérsia sobre o assunto. Os primeiros cristãos eram um povo perseguido, e assim o som de trombetas, ou até mesmo a reprodução da harpa, seriam motivo de morte. Imaginem ter que viver se escondendo dos romanos e  em segredo, a única coisa que não se gostaria de fazer seria tocar qualquer tipo de instrumento.


As ofertas do bem e do mal na solidão do deserto



Wilma Rejane


Quando estava prestes a iniciar seu ministério terreno, anunciando a chegada do Reino de Deus, Jesus é levado ao deserto e em quarenta dias de jejum e oração é confrontado por Satanás que lhe faz muitas propostas. A passagem é bem conhecida e recebe por título “A Tentação de Jesus”em todos os Evangelhos. Sempre que leio, penso em quanto esse momento foi decisivo para história da humanidade. Bastaria um sim de Jesus e todo o plano salvífico estaria fracassado. Bastaria um vacilo, um acenar de cabeça concordando com o diabo e tudo estaria consumado em desgraça e maldição para os homens. 

O diabo não tem sucesso em suas investidas e Jesus, de forma objetiva, sem longos discursos,  pronunciando a Palavra de Deus, vence o mal e consuma na cruz do calvário a salvação que nos é dada. Na cruz, Ele resgata o que havia se perdido no Éden, quando Adão e Eva, dizem sim a serpente e acatam a sugestão diabólica de que “ sereis como Deus, sabendo o bem e o mal e não morrereis” :

“E vendo a mulher que aquela árvore era boa de se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”. Gn 3: 6

No deserto da Judeia, lugar seco, sem pomares, o diabo aparece usando elementos naturais, típicos do ambiente, para tentar Jesus: “transforma essa pedra em pão e come, porque estás com fome” Lucas 4:3. A árvore proibida do jardim, aquela que Eva já havia visto e rodeado tantas vezes, foi nela que a serpente se enroscou. Porque o mal não chega de forma espantosa, nos assombrando com suas propostas. Ele aparece em nossa rotina, no dia a dia, assim como uma tênue linha no tempo separando abismo e paraíso. 

Na igreja, na família, no trabalho, em lugares de nosso convívio,  o mal aparece disfarçado de bem, porque sua essência é a mentira e quando domina sua presa, se revela como angustiante e terrível, mostra suas garras com objetivo tão somente de roubar e destruir  vidas: “porque não há verdade nele, e fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” João 8:44. Ele não falou a verdade para Eva, nem para Jesus, também não falará para mim e para você.


Percebam que ao longo das narrativas Bíblicas, reais e proféticas, o mal tenta desviar os servos de Deus de seus caminhos, das promessas Divinas, fazendo-lhes propostas que aparentemente não apresentam perigos, pelo contrário, até soam bem como se fossem a melhor e mais agradável solução para o que de maior aflige o coração. Isso mesmo, o mal escolhe “o ponto fraco, o calcanhar de Aquiles” e ali destila seu veneno, aos poucos, até nos fazer acreditar que o que vivemos, é de fato a melhor das opções. Foi assim com Adão e Eva, com Moisés, com Abraão, com Davi, com sansão, com Jesus, com apóstolo Paulo. 

Não nos enganemos, essa história ainda não terminou, eu e você somos alvos das estratégias malignas de Satanás que dia após dia é encarregado de nos desanimar,  a fim de que façamos escolhas erradas, segundo as necessidades que nos afligem. Moisés teve que optar entre ser chamado “filho da filha de faraó e viver no luxo do palácio a ser mensageiro de Deus conduzindo os israelitas no deserto” (Hb 11:24,25). 

A promessa para Sara e Abraão era sobre Isaac, mas antes disso, existiu Agar e Ismael (Gn 16). O que dizer de Davi com Betseba? Ela apareceu para ele, por entre as janelas do palácio, banhando em seu quintal e Davi deu uma primeira olhada, e mais uma, e mais uma, até por fim ser vencido ( II Samuel 11: 1-27). Sansão foi enganado por Dalila, aquela que parecia ser um grande amor. Apaixonado, Sansão não percebe que ela havia sido contratada com o fim específico de destruí-lo. Sansão parecia mesmo está vivendo um paraíso, mas o fim, era o abismo, porque o diabo mente, até  dominar sua presa e revelar seu cativeiro. 

O diabo não faz pacto de fidelidade com ninguém, essa não é sua essência. Ele faz o ladrão roubar e ainda ser preso para viver seu inferno. Faz o drogado se drogar e perder a confiança da sociedade. Um abismo leva a outro abismo (Salmo 42:7). Apóstolo Paulo, se tornou um homem de relevância para o cristianismo, antes disso, porém, mergulhou no abismo da religiosidade: “Mas o que para mim era ganho, reputei-o perda, por CristoJesus” ( Filipenses 3: 5-14)

A semana das menininhas e o Salmo 37




João Cruzué

A semana que passou foi a semana das menininhas. Explico: tive minha atenção despertada por várias delas. No sábado quando caminhava observei duas, de uns dois anos, gêmeas. Lindas, tagarelas e brincando na calçada. Domingo, durante o culto, tinha mais uma brincando no banco de trás. Acho que não tinha mais do que dois aninhos. Mas hoje, pela manhã eu quase "babei" ao ver um pingo de gente seguindo para a escola, com uma mochila rosa com desenhos dourados (quase maior que ela) de mãos dadas com seu papai. E não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto.

Hoje eu fui mais cedo para o trabalho. Desci do ônibus antes do final para caminhar porque estava com mais desejo de orar do que de costume. Eu ando pensando em fazer uns jejuns para tirar uma dúvida sobre dons de curar. No meio da caminhada, lá vem a menininha da mochila rosa com seu pai. E eu me lembrei dos primeiros anos de casados quando minha esposa e eu adorávamos sair com a Pris, então com uns dois aninhos.

A Pris nasceu linda. Quando fui vê-la no berçário, não estava lá, mas nas mãos das enfermeiras. Elas a acharam muito bonita. Nas compras pelo supermercado, então, nós a colocávamos na cadeirinha do carrinho. E ninguém ficava indiferente, pois era muito sorridente e barulhenta.

Também me lembro de que eu a tomava pela mão e seguíamos para um gramado no prédio em frente, para passearmos na "floresta".

Mas não foi somente para falar de menininhas que estou escrevendo.

Eu não conseguia ver, mas durante o tempo de minhas aflições - fiquei desempregado por 11 anos - eu orava,  chorava e batia nas portas fechadas. Naquele tempo eu sentia que Jesus estava bem longe de mim. Eu não conseguia ver Jesus. Como Tomé, eu só acreditaria se Ele me mostrasse Suas mãos. Mas o Senhor estava lá.

Voltando ao assunto da caminhada e da oração, também vi outras duas coisas além daquela cena magnífica da menina da mochila rosa segurando a mão do seu papai. Do outro lado da Avenida tinha um prédio velho. Sujo. Com pichações em todos os andares, janelas quebradas e sem porta de entrada. Uma barreira de blocos de concreto foi erguida de forma a fechar a entrada do prédio, para que ninguém entrasse.

A coruja nas ruínas - Salmo 102

Sou como a coruja das ruínas...Salmo 102:6




Wilma Rejane

Em  momento de solidão e tristeza, doente e reflexivo, Davi no Salmo 102 se compara a coruja das ruínas. Uma canção triste, extraída de lábios desanimados e corpo sofrido, mas de um espírito que procurava não ser vencido pela situação. Você já se sentiu assim, quase sem forças para orar? Ás vezes estamos tão abatidos que oramos em pensamento, em gemidos e até  em canções, como Davi. Uma canção de lamento, terminada em louvor em demonstração de fé, ao final do Salmo ele diz : “Os filhos de teus servos habitarão seguros, e diante de Ti se estabelecerá a sua descendência” ( Sl 102:28). E aqui já nos chega uma lição: O louvor traz  refrigério, anima a alma.


A coruja das ruínas

Esse animal de hábitos noturnos não é acostumado a viver em bandos, é sempre solitário e caça seu alimento enquanto a cidade dorme. Gosta de deitar-se entre as ruínas, paredes velhas, locais abandonados e faz um barulho triste semelhante ao gemido. Vejam o que nos diz Sofonias 2:13,14: “Farei de Nínive uma desolação, um deserto e alojar-se-ão nos seus capitéis tanto o pelicano como a coruja; a voz dessas aves retinirá nas janelas”. Na solidão e nas ruínas habita e geme a coruja e esse fúnebre movimento garante seu alimento, sua existência. E ao raiar do dia, a ave se recolhe para dormir em silêncio. 

Pode-se imaginar a intensidade da angústia de Davi. Parecia que o festejar da vida e da alegria estava no passado e havia desmoronado. Considerando o tom profético e inspirado dos Salmos, podemos afirmar que esse momento coruja nas ruínas  é também messiânico. Jesus, abandonado por todos, capturado como uma ave em armadilha, seguiu para a crucificação. Em gemido, espancado e humilhado, Ele olha para um mundo desolado e arruinado pelo pecado. Mas Ele seguiu até que a marcha fúnebre fosse transformada em júbilo, por Sua ressurreição! E Davi também prosseguiu orando até sentir a presença de Deus o confortando. E nós devemos prosseguir na certeza de que pelo caminho seremos curados.

A coruja me faz lembrar de Ana, mãe de Samuel. Em ruínas, foi até a igreja, o templo de Siló buscar conforto. E seu gemido, ao ser ouvido por Eli, assombrou-o: “Estás bêbada? Por que não escuto palavras de sua boca?” I Sm 13,14 e ela responde: “ Não senhor meu, Eu sou mulher atribulada de espírito, não bebi vinho ou qualquer bebida forte, mas estou a me derramar perante o Senhor” I Sm 13:15. Desolada, solitária, se refugiando em Deus e sendo consolada. Deus ouviu a Ana, coruja nas ruínas; atendeu sua oração. O que fazer quando não se tem mais o que fazer? O que nunca deveria deixar de ser feito: buscar a Deus, se derramar perante Ele.

Nas ruínas, na solidão, na casa do luto, poderemos sentir a dimensão de quem somos e do quanto são voláteis os relacionamentos sociais e o status quo de cada um. Em um momento, tudo pode desmoronar. Questão de segundo, quem sabe dias, meses, anos, porque eterno mesmo só o espírito e Aquele que nos criou. A coruja nas ruínas nos ensina sobre manter a fé e o alvo em Cristo porque a vida pode ser repleta de vaidades que se esvaem: velhice,  doença, solidão,  e ninguém está  distante dessas coisas. É interessante relacionar outros aspectos da vida da coruja com o texto do Salmo 102: pela mobilidade formidável da cabeça que gira em todas as direções e a disposição dos olhos, é quase impossível essa ave perder uma presa sob seu alvo.

O Primeiro Amor com Kelly Melyssa - Jovem revelação da música cristã




Por Wilma Rejane


Kelly Mellyssa é uma jovem cantora nascida no Piauí e que se dedica a música desde a infância. Recentemente trancou o curso de Física na Universidade Federal do Piauí, para gravar seu primeiro CD. Toda a família esteve engajada no projeto que é cumprimento de uma promessa Divina para o ministério de Mellyssa. Seu pai Willins montou um estúdio em casa e acompanha a filha em cada passo dentro e fora do Estado.

Somos vizinhas, irmãs em Cristo e me comprometi a divulgar o trabalho musical de Mellyssa por conhecer de perto a luta e  trajetória de oração e consagração da família que frequenta a Igreja Presbiteriana do bairro, dirigida por um tio de Mellyssa.

Além de cantar, Mellyssa compõe e toca alguns instrumentos. Com orgulho a mamãe Bia me apresentou o mais novo instrumento musical adquirido pela família: um violino que a filha mais nova (Vitória) está aprendendo a tocar na certeza de que acompanhará Mellyssa nas turnês musicais, e olha que a agenda já está ficando lotada, para glória de Deus!


Mensagem da Kelly Mellyssa:

Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei.Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. Jeremias 29:11-13

O fato de você está lendo essa mensagem é uma prova da fidelidade de Deus, pois muitas foram as dificuldades, as portas fechadas...E Deus em meio a tudo isso, fez milagres! Grande foi o momento de espera para realização desse sonho e Deus nesse tempo, me fez entender que tudo acontece no tempo determinado por Ele (Eclesiastes 3:1) E da melhor maneira!

O futuro começa hoje - João 1:43





Wallace Sousa


No dia seguinte quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me. João 1:43
Hoje fui abrir a Palavra do Senhor para meditar, e eis que me sai esse versículo, aparentemente sem graça, na tela do computador. Eu queria abrir o livro de Provérbios, mas esse versículo ficou martelando minha mente, e não consegui parar de ler. Até que, finalmente, entendi o que Deus estava querendo me dizer. 

Faz muitos dias que tenho orado e pedido que o Senhor me restaure a inspiração, porque eu estava bastante desanimado em escrever. Hoje, Ele respondeu minha oração. Se eu vou conseguir colocar no papel na tela o que Ele me deu, é outra história. Mas, por favor, me acompanhe.

No Dia Seguinte

Sabe, nossa vida é cheia de altos e baixos, cheia de mudanças inesperadas e imprevisíveis. É assim que é a vida, e é assim que ela é: quando estamos nos acostumando com alguma coisa, algo acontece e muda tudo. Você já ouviu aquele ditado: “quando eu pensei que sabia todas as respostas, vem a vida e muda as perguntas”. É, é desse jeito. Se você é uma pessoa normal (seja lá o que signifique ser uma pessoa “normal”), existem 2 coisas que o deixam apreensivo com seu futuro. São elas:

1. o ontem, o que passou;

2. o hoje, o que você está passando.

Todavia, eu quero lhe dar uma boa nova, uma boa notícia: amanhã, sua vida vai mudar. Não importa o que aconteceu com você no passado, não importa o que você passou ou o quanto sofreu e foi decepcionado. Não importam as cicatrizes que você carrega consigo ou as feridas não saradas. A despeito de tudo o que você possa ter passado ou enfrentado em sua vida, eu quero lhe dizer que amanhã vai ser diferente. Amanhã é um novo dia, e amanhã Deus tem um milagre para fazer em sua vida.

A segunda coisa que deixa as pessoas carregadas de ansiedade quanto ao seu futuro é o que está acontecendo hoje, o que elas estão passando agora. São situações que as deixam deprimidas, estressadas ou desanimadas, com medo do amanhã. Às vezes, são enfermidades, é o desemprego, foi uma desilusão amorosa ou um sonho frustrado. Às vezes, é o projeto tão bem planejado e executado que, do nada, dá errado e você não sabe por que… Mas eu quero lhe dizer algo: não importa o que você está passando hoje, porque amanhã Deus vai mudar sua vida! Aleluia!

Saiba que Jesus marcou o dia em que sua vida vai ser transformada, mudada radicalmente. O seu ontem pode lhe trazer lembranças amargas. O seu hoje pode lhe trazer dor e angústia. Mas, amanhã, o novo de Deus, o agir de Deus, a mudança de Deus vai alcançar você e transformar sua vida. Creia. 

Quis Jesus

Quando as coisas começam a dar errado, nós ainda nutrimos a esperança de que algo vai mudar, de que as coisas vão começar a se encaixar e tudo vai ser diferente. Mas, o tempo vai passando, as coisas não mudam. Aliás, mudam sim: para pior. Então, nossa esperança começa a definhar, murchar… até morrer. Nesse exato momento em que a esperança morre, o desespero nasce. 


E uma vida desesperada é uma vida disposta a fazer quase tudo para sair da angustiante situação em que se encontra. Esses momentos são críticos, porque uma pessoa dominada pelo desespero pode tomar uma decisão sem retorno ou fazer uma grande bobagem, da qual se arrependerá para o resto da vida. Tenha paciência: não se desespere a ponto de fazer algo sem volta. Para que desistir agora, se amanhã Deus vai fazer um milagre por você?



Mas, é preciso ser sincero: quando a angústia bate, o desespero vem logo em seguida. Nesses momentos, começamos a desacreditar que algo de bom possa acontecer e Deus intervenha em nosso favor. Quando passei por uma série de lutas no final dos anos 90 até a virada do século (e do milênio), eu pensei que o mundo ia acabar. 

Sacou? Ano 2.000, mundo ia acabar e tal… risos. Bom, se você não percebeu, talvez tenha passado despercebido, quem sabe… mas, o mundo não acabou em 2.000 (rá!). Ah, sim: informo que também não vai acabar em 2012. Mas, se acabar, ninguém vai sobrar pra ler isso mesmo, então tá valendo do mesmo jeito (huashuashuas… cof… cof… cof).

Siga em frente: tem mudança esperando por você logo ali!
Voltando: naquela época, houve um dia em que pensei que havia chegado ao fim da linha. Naquele dia, antes de ir pra igreja, eu estava no banheiro tomando banho e bateu um desânimo violento, com pensamentos altamente pessimistas. Enquanto a água escorria pelo corpo, as lágrimas desciam pela face, e eu comecei a pensar: 

Reflexão sobre a mastectomia de Angelina Jolie: O Zoe e a Jolie.

Angelina Jolie


Wilma Rejane

A notícia de uma cirurgia preventiva de mastectomia, realizada pela atriz Angelina Jolie, suscitou debates na área de saúde e já há temores de que a procura por esse procedimento aumente. Mastectomia consiste na retirada da mama de forma simples ou radical. 

No caso da atriz,um teste genético detectou a mutação do gene BRCA1 que aumenta o risco para câncer de mama e de ovário. Medicos calcularam que Jolie tinha 87% de risco para desenvolver a doença na mama e 50% para ovário. Protéses de silicone foram implantadas em Jolie para correção estética.

Essa notícia recebida com espanto e divisão de opiniões por leigos e médicos, me fez refletir sobre saúde em vários aspectos: psicologico, físico, social e também espiritual. Jolie pagou seis mil doláres pelo exame genético. No Brasil, o exame custa cerca de três mil reais e poucos podem realiza-lo, a prevenção fica por conta dos exames de mamografia e ressônancia magnética.


A capacidade para afirmar se seria ou não portadora de câncer foi creditada ao exame de gene, e a ciência médica tem seus méritos. Só sentimos - e todos os dias - por saúde não ser prioridade dos governos que acabam por discriminar cidadãos, face seu status na sociedade e poder aquisitivo para arcar com planos e tratamentos de saúde.

Aspecto espiritual

Não me privei em tecer considerações espirituais sobre a questão: temos nós controle sobre o dia e a causa da morte? Esse temor por viver mais e melhor pode prolongar a vida? Não estou apta a responder tais questões e creio que ninguém estara, afinal esses são eternos misterios que permeiam o universo.

Um outro aspecto me chama a atenção: se prevenissémos o pecado com a mesma determinação de Jolie em relação ao câncer, aí sim teríamos uma igreja saudável e  uma vida cristã exemplar. Não precisaríamos protestar por uma nova reforma, porque a Reforma realizada na cruz do calvário, por Jesus Cristo, seria tudo, não comportando mais nada. Nenhum "gene do pecado" resistiria a "mastectomia espiritual" dos cristãos.

Sem dúvida, Angeline Jolie foi radical em relação a probabilidade de ser portadora de câncer,  e quantos de nós não somos condizentes com "o gene do pecado" que se trasmuta em muitas faces: mentiras, idolatrias e outras corrupções?

Sim, nascemos com esse "gene do pecado", herdados de Adão e Eva, mas Jesus veio e realizou toda Sua obra pela remissão dos pecados, devolvendo-nos a vida eterna com Deus, sem condenação. Essa "cirurgia" é feita no espírito e de forma definitiva implanta um selo diferenciado em quem se submete a ela:

Editora Oxigênio investe em autores nacionais evangélicos

Publicações Oxigênio - Selo da Editora Dracaena




A Editora Oxigênio que têm publicado obras de autores internacionais como Reuben Archer Torrey, Charles Haddon Spurgeon, Sadhu Sundar Singh, entre outros, agora estará se dedicando aos novos autores cristãos brasileiros. A editora busca auxiliar pastores, líderes cristãos e autores evangélicos em todo o Brasil na publicação de seus livros. A mesma está recebendo originais para avaliação pelo site www.editoraoxigenio.com.br.

Basta o autor acessar a seção Publique e preencher o formulário de cadastro para envio de sua obra para avaliação.

A Editora Oxigênio é um selo editorial da EditoraDracaena e é dirigida pelo escritor e editor Léo Kades. Com sede em Santa Catarina, ela tem como missão publicar livros que possam trazer qualidade de vida e bem estar aos seus leitores.Com anos de experiência no mercado editorial brasileiro e contando com cerca de 200 obras editadas e publicadas, a empresa oferece o suporte necessário ao novo autor na realização de seu sonho, contando com uma equipe de revisores, designers e diagramadores, além de assessoria editorial personalizada para cada projeto. Através de parceiros comerciais no Brasil e no mundo, a editora distribui livros no formato físico e digital por meio de importantes canais de vendas como: Saraiva, Livraria Cultura, Cia dos Livros, Siciliano, Amazon, Kobo, entre outros.

Conheça experiências de sucesso e confira os depoimentos de alguns autores que escolheram a Editora Oxigênio para a publicação de seus livros.


Autora Wilma Rejane: 2 livros publicados





1- Como foi o processo para chegar até a editora Oxigênio.

Conheci a Oxigênio através da internet, especificamente do Léo Kades e seu livro “O Amor Tudo Vence”. E quando surgiu a oportunidade de lançar meu primeiro livro, fiz contato com a editora e posso afirmar que existe um grande diferencial no atendimento a novos autores e relação editora/autor na Oxigênio.

Eles sonham junto com o autor e isso é importante porque o processo de publicação se torna agradável e não desgastante, prático e possível.

2 - Conte um pouco sobre sua experiência com a editora Oxigênio.

Tive oportunidade de contatar muitas editoras, mas em nenhuma encontrei uma equipe de trabalho que se comparasse a da Oxigênio. A diferença é percebida logo no atendimento com o editor, ele pessoalmente conversa com os autores o que é muito raro de acontecer. Nesse universo editorial brasileiro, novos autores são desconsiderados, até provarem ter potencial de venda e de trabalho o que leva certo tempo, enquanto isso, amargam e sofrem o desprezo de editoras que preferem publicar quem já é popular e consagrado ou quem pague muito caro para ver sua obra pronta e no mercado.

A linguagem do choro em Naim

Jesus se compadeceu dela e disse: Não chores! E devolveu a vida ao morto.



Wilma Rejane


O encontro de Jesus com a viúva da cidade de Naim é descrito em apenas seis versos no Evangelho de Lucas . Um milagre sobre ressurreição, cujo objetivo principal é demonstrar o poder de Jesus sobre a morte. Por muitas vezes já passei o olhar por esses versos,  me alegrando pela certeza de que somente Jesus tem todo poder e autoridade para  trazer de volta a vida, quem quer que seja. Jesus fala e o jovem rapaz se levanta do caixão,  a multidão entoa glórias a Deus. Se alguém saiu correndo de medo, não se sabe, mas a Bíblia diz que: “Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus” Lucas 7:16.

Vendo-a o Senhor se compadeceu dela e disse: Não chores! Lucas 7:13


Além da ressurreição do filho da viúva, tem outros aspectos dessa passagem, que gostaria de enfatizar. Detalhes que não foram ditos e que intrigam o leitor sedento por conhecer mais sobre o agir de Deus. Por exemplo: Em que momento da narrativa vemos a viúva orando a Jesus, pedindo para seu filho ser ressuscitado? O que se sabe é que ela chorava acompanhada de grande multidão. Naim era uma pequenina cidade, ainda existe nos dias atuais no sopé do monte Tabor e não cresceu muito, seu nome significa: “ graciosa, bela,charmosa”. A cidade era pequena, mas estava praticamente em peso no cortejo, se solidarizando com a viúva,   o que  também nos leva a crer que ela era uma pessoa honrada e bem conceituada em Naim.


Em que momento a viúva orou, clamou para Jesus ressuscitar seu filho? Não se sabe, o que é descrito é: “ Saia um cortejo fúnebre da cidade de Naim, e às portas da cidade, Jesus e seus discípulos  encontram os que saiam ao enterro, grande multidão. Jesus olha para a mãe do jovem morto, se compadece dela e diz: Não chores! Chegando, tocou o esquife e parando o que os conduziam disse; jovem, eu te mando, levanta-te! Sentou-se o que estava morto e começou a falar” Lucas 7: 11 -15. Quanto amor o de Jesus! Ele não age apenas porque tem o poder, mas porque é movido por amor! Jesus teve compaixão da mãe, das lágrimas, da dor e foi ao encontro dela. Lágrimas são orações, choro é linguagem que desperta a ação de Deus! Jesus leu o que cada lágrima escorrida no rosto daquela mão queria dizer e ela não disse porque não cabia em palavras. E Jesus a acalentou com um: Não chores!

Bem aventurados os que sonham

Então volte a sonhar...




João Cruzué

Hoje, fui caminhar à tarde no intervalo do almoço; como de costume aproveitei para orar. Ao final, tive a visão de escrever uma vez mais sobre como é importante sonhar. É claro que não vou tecer um rol de frases cheias de palavras como: conquistas, vitórias e afins, pois creio que isto cansa, principalmente àqueles que de fato precisam muito de uma bênção – muito esperada - mas que nunca vem. Sei que no Sermão das Bem-aventuranças não está incluso o tema deste texto “Bem-aventurados os que sonham”, mas que ele está implícito em outros contextos do Evangelho, isso está.


“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis;batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe;o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”Mateus 7.7-8.

O sonho não pode morrer. Ele precisa da fé para continuar vivo. E ter fé é teimar em acreditar, mesmo quando não existe a mais remota chance de sucesso. É teimando, insistindo em seus sonhos, que você vai encontrar a porta, vai bater nela, quantas vezes precisar até que consiga realizá-los. O Senhor concede a oportunidade de realizar grandes sonhos apenas para os mais teimosos, os mais insistentes, aqueles que sempre se levantam do pó de uma batalha perdida e continuam até ganhar a guerra. Há vários personagens da Bíblia que travaram batalhas e venceram suas guerras. Vamos citar quatro exemplos.

Abraão não tinha herdeiro. Ele era próspero, tinha um lar, uma esposa, amava e era amado por ela, tinha muitos criados, gado sem conta e o respeito dos vizinhos. Apesar de tudo isso ele tinha uma grande frustração. Faltava-lhe uma coisa, que todos tinham, e ele não – um filho. Quanto ao sonho, se algum dia teve, já o havia sepultado definitivamente. Não havia mais a mínima possibilidade de que Sara e ele, já velhos e secos, tivessem um filho natural. E por isso o Senhor mandou Abraão contar as estrelas do céu para ressuscitar o sonho morto. E um dia, muitos anos à frente, Isaque encheu de riso o lar de um casal de velhos. Ao ser provado pela última vez, quando Deus pediu sacrificasse Isaque em holocausto, não titubeou. Se no passado andou vacilando e mentindo, agora esbanjava fidelidade.

José teve dois sonhos. O sonho de um molho de trigo que se levantava enquanto os molhos de seus irmãos inclinavam-se diante dele, e o sonho do sol a lua e onze estrelas que também se inclinavam diante dele. Os sonhos eram de Deus e mesmo que José não insistisse sobre o assunto, o Senhor os cumpriu literalmente na sua vida. De filho mimado a escravo; de escravo a governador do Egito. José não se embaraçou com mágoas, pois tinha um coração perdoador.

Neemias ouviu uma triste notícia a respeito da cidade de Jerusalém, cujo povo vivia em grande miséria e desprezo, os muros estavam fendidos e suas portas queimadas a fogo. E ele chorou, e orou, e jejuou, mas a seguir começou a pensar na reconstrução da cidade. Por trás daquela tristeza de Neemias estava trabalhando a vontade de Deus. Ele, como simples copeiro do rei, tinha pouquíssimas chances de realizar aquele sonho, mas não ficou apenas no choro e nas lamentações. Insistiu em oração e jejum, para que o Senhor preparasse o tempo de falar com o Rei. O impossível ficou por conta de Deus, que um dia, dispôs o coração do rei não apenas para ouvir mas para suprir com materiais e dinheiro exatamente o que fosse necessário para reparar os muros da cidade de Jerusalém e suas portas. Neemias mostrou-se um homem compassivo e não se portava com indiferença diante das necessidades de seu povo e de sua pátria.



Porque ser mãe transcende o DNA





Wilma Rejane

DNA é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e de alguns vírus. Esse composto define o parentesco, o DNA de cada individuo é exclusivo, apenas gêmeos univitelinos têm DNA idênticos. Assim é o amor de mãe, ele contém as instruções que coordenam o desenvolvimento da família e da sociedade.  Quando ocorre um desequilíbrio no DNA, o corpo adoece seriamente  causando o câncer. Em metáfora, podemos dizer que uma mãe  desestruturada  gera prejuízos a família e a sociedade em geral.


Além do sangue

Há milhares de anos nascia em Belém da Judeia: Jesus, o Messias Salvador. Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo no ventre de uma mãe, chamada Maria. Esse acontecimento marcou de forma definitiva a humanidade e revelou a excelência do dom materno. Maria ficou sendo a "theotokos" ou seja: Portadora de Deus, no sentido de que conduzia em seu ventre a revelação de Amor maior, as Boas Novas para humanidade. Toda mãe tem (ou deveria ter) o dom e a missão de ser essa portadora de Deus a conduzir os homens para o caminho do bem.

E foi justamente a narrativa Bíblica que me inspirou a acreditar que ser mãe é algo que transcende em espiritualidade, vai além do sangue, dos laços de parentesco. Como explicar o fato de mulheres adotarem crianças como filhos e  amarem com a intensidade de quem os carregou no ventre? Mãe é alma geminada  porque é uma com o filho para sentir o que se passa nele, como se nela fosse. Mães amam, apesar de tudo, apesar de si mesmas. Um amor altruísta que pensa mais na felicidade do outro do que na sua própria.

A mãe sabia e a tola

Há um provérbio Bíblico que diz: " a mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba com as próprias mãos." Pv 14:1.

É a Palavra de Deus convidando as mães a investirem nos lares, reconhecendo a importância da mulher para felicidade familiar. Ser mãe é sublime e Divino, mas a realidade mostra que nem toda mulher se sente a repousar no paraíso por ter gerado um filho. Onde há rosas, há também espinhos e é impossível omitir que os desmantelos sociais incluem  como causa a desestrutura familiar. As Febens da vida estão repletas de crianças que nunca conheceram o amor de mãe. É incrível o desastre causado pela falta de uma mãe amorosa. Disse Jesus: Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará ( Mt 24:12). Essa Palavra é inversamente verdadeira e apoia a condição de abandono e rejeição infantil.

Deus é abrigo nas tempestades

Na tormenta e na tempestade


Wilma Rejane



“O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” Naum 1:3.

Tempestade e tormentas têm significados idênticos, ambos representam um estado de confusão na atmosfera com ventos fortes, chuvas, raios, trovões, acontecendo ao mesmo tempo ou de forma simultânea. Você sabia que todos os dias acontecem mais de 40 mil tempestades na terra? A cada segundo, em algum lugar do planeta, regiões estão sendo afetadas com descargas de raios e outros eventos típicos desses fenômenos atmosféricos.

Tempestades e tormentas também acontecem em nossas vidas, e Deus nos aperfeiçoa nesses caminhos.  É verdade, podemos sair feridos, incompletos, abatidos pela violência do combate, contudo por pior que seja a situação, por mais que nos sintamos fracos e sozinhos, não estaremos abandonados. Deus tem Seus própositos nas tormentas e tempestades. 


Nenhum de nós está a salvo da tempestade, ela não avisa quando vai chegar e mesmo que seja possível prevê-la, nunca se sabe sua direção e intensidade. O aspecto linear da história é: “ todos procuram abrigo e salvação nas  tempestades”.  É uma reação  natural presente nos humanos e também nos animais. Você já enfrentou alguma tempestade natural? Tempestade espiritual? Nesse exato momento elas estão  acontecendo  em todos os lugares da terra. Isso pode nos  servir de consolo, mas o que irá determinar nosso livramento é : Como nos comportamos em meio a tormenta? 

Deus é Refúgio e Fortaleza nas tempestades 


Fortalezas, eram estruturas arquitetônicas idealizadas para defensivas de guerra, guardavam armas e tinham lugares secretos como refúgio. Projetadas justamente para assegurar a vida dos soldados em tempos difíceis. Profeta Isaías diz que Deus é como essas fortalezas: "O Senhor é Refúgio e esconderijo contra tempestade” Is 4:6. Ele é o Socorro que não cessa, É Escudo perfeito que se debruça sobre Seus filhos para aquecê-los em meio ao vento frio e forte. 

Daniel não morreu na cova dos leões. Sadraque, Mesaque e Abednego não foram queimados na fornalha ardente. Abraão não foi vencido na caminhada pelo deserto, antes viveu para ver as promessas. O barco que levava os doze apóstolos não naufragou quando foi açoitado pelas águas e fortes ventos.  A tempestade alcançou Jô, mas não pode detê-lo, antes o Senhor o fez renascer mais forte. E você pergunta? E João o Batista, não morreu decapitado? E Paulo não foi aprisionado? E os cristãos que são mortos por perseguição? A Palavra diz que nem a morte, nem a vida pode nos separar de Jesus (Rm 8: 38)

A Força no vale

Deus está conosco nas montanhas e também nos vales. Ele não nos abandona quando chegam as dificuldades. Lembre-se sempre do Salmo 23:4: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam" Lembre-se de enfatizar a parte "a" do versículo. Winston Churchill disse: "Se você está atravessando o inferno, continue indo e recitando".

Davi no vale das sombras, me traz a memória um outro verso Bíblico: "Mas Deus garante; não nos dará provação maior do que podemos suportar" 1Co 10.13.

Davi poderia ter murmurado e lamentado enquanto esteve no vale, poderia ter desanimado, desistido, retroagido, mas não. Ele usou a geografia do vale a seu favor: a caverna para formar um exército e as pedrinhas para encher fundas a derrubar gigantes. Profeta Jeremias, também muito nos ensina sobre tormentas e tempestades; porque viveu em tempo de grande angústia: Israel estava a caminho de um cativeiro, oprimida pelos inimigos. Ele olha para toda situação e declara:

Ó Senhor, fortaleza minha e Refúgio meu no dia da angústia” Jr 16:19.

Força (Strong 05797), vem do verbo “azaz” (em grego) ser firme e constante. Em hebraico: “Uzi-u-Ma’uzi”, significa: O Senhor é a força da minha vida, minha fortaleza, poder e segurança.



Campos de joio e trigo

O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo



Wilma Rejane

Anos atrás escrevi um estudo sobre Joio e trigo e torno a fazer, para acrescentar algumas coisas que as releituras desvelaram. Essa parábola está na sequência da Parábola do Semeador e antecedendo a do grão de mostarda. Assim, no Evangelho de Mateus, essas três parábolas podem ser lidas conjuntamente e acredito que não estão ordenadas de forma aleatória, mas proposital.

Na parábola do semeador, Jesus é o que lança as sementes. Estas germinarão e darão frutos, de acordo com o tipo de solo: “ E quanto à semente que caiu em boa terra, esse é o caso daquele que ouve a palavra e a entende, e dá uma colheita de cem, sessenta e trinta por um". Mateus 13:23.

Já na parábola do Joio e do trigo, a ênfase está no fruto. Este sim é que define a qualidade da planta, da colheita e até do semeador:

Jesus lhes contou outra parábola, dizendo: "O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo.  Mas enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e se foi.   Quando o trigo brotou e formou espigas, o joio também apareceu.  Os servos do dono do campo dirigiram-se a ele e disseram: O senhor não semeou boa semente em seu campo? Então, de onde veio o joio? Um inimigo fez isso, respondeu ele. Os servos lhe perguntaram: O senhor quer que o tiremos?Ele respondeu: 'Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderiam arrancar com ele o trigo.  Deixem que cresçam juntos até a colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro' ". Mateus 13:24-30.

A explicação da parábola, dada por Jesus:


O que semeia a boa semente é o Filho do homem;  o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o o joio são os filhos do maligno;  o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.  Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.  Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,  e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.  Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça. Mateus 13: 37-43.

No campo e no mundo

Na lei romana existia a proibição de que inimigos de fazendeiros - como forma de boicote ou até mesmo vingança - semeassem joio (cizânia) nos campos de trigo. (Trench pag 72,73). A motivação para ação era ódio e inveja. E tal qual o caráter corrompido desse semeador de joio, era o fruto dessa planta, também chamada de cizânia e que se espalha com muita facilidade, em qualquer tipo de solo.

Joio e trigo crescendo no mesmo campo, têm suas raízes entrelaçadas. É praticamente impossível fazer uma colheita do joio no campo do trigo, sem haver prejuízos para safra e agricultor. Arrancou o joio, o trigo vem junto! Por isso, o mais prudente é deixar os dois crescerem juntos e quando os grãos despontarem, ai sim, faz-se a colheita.

Além do aspecto de entrelaçamento de raízes (joio e trigo) existe ainda a incrível semelhança entre as plantas: joio e trigo são idênticos, mas as diferenças se tornam visíveis quando crescem e despontam os frutos, ou grãos. Grãos de trigo são pesados, graúdos. Grãos (?) de joio nem são grãos, mas qualquer coisa que os imite e de forma muito inferior.


O Semeador e as sementes

O trigo expressa o caráter de seu semeador Jesus. Ele Tem o objetivo de povoar o campo com sementes que alimentam e trazem vida. O trigo é a essência do Criador, o homem, com o propósito para o qual foi criado:  “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;  E criou Deus o homem à sua imagem: E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra,  E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra...E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” Gn 1:26-31.

Trigo é a igreja no mundo. São os filhos de Deus. Estes estão sob os cuidados atentos do dono do campo e nenhuma semente, nenhum molho, será desperdiçado. E assim como o trigo, crescido, se curva em direção a terra, por conta do peso dos grãos, assim são os que servem ao Senhor Jesus: frutificando, crescendo e ainda que diminuam pela servidão e humildade, permanecem grandes. É curioso porque não fora o joio crescer no meio do trigo, essas diferenças poderiam até enganar mais facilmente. Joios solitários ou misturados a outros joios,  logo são apontados como produto inferior.

Um simples meditar sobre cobiça

Não cobice nada do seu próximo. Êxodo 20:17



Wilma Rejane



Certa vez, Abraão teve um encontro com o  Rei de Salém,  este lhe ofereceu fazendas em troca de servos,   e ouviu como resposta: “Não tomarei coisa alguma do que é teu, para que não digas: Eu enriqueci a Abraão” Gn 14:23. Abraão era satisfeito com o que tinha, e sabia que poderia ser próspero e feliz colocando tudo sob os cuidados de Deus. Parte da infelicidade humana, tem origem na insatisfação entre ser e possuir. Um breve olhar ao nosso redor nos dirá o quanto de capital e consumo se exige dos homens, revestidos de pretexto de felicidade. E apesar da evolução comercial e tecnológica, novas e espantosas descobertas são realizadas no sentido de curar ou evitar o avanço das doenças consideradas comuns nessa era: bipolaridade, depressão, ansiedade, solidão, síndromes e síndromes. Mãos cheias e corações vazios. E esse  não é um dilema apenas dos “ricos”; quem possui sempre quer mais e quem não possui também. O problema aqui não é entre ricos e pobres, mas sobre cobiça.

Hebreus 13:5- "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque Ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”



A cobiça do jovem rico

A casa e o jardim do outro lado da rua, não são mais belos. Aquilo que amamos e cultivamos com a benção de Deus é o que nos traz felicidade e se a felicidade reside em nós, para que cobiça? Uma perfeita ilustração sobre o tema é a história do encontro de Jesus com o jovem rico em Mateus 19:16-30. O jovem queria saber o caminho da vida eterna, Jesus se apresenta como Tal e lhe faz o maior e mais importante convite que alguém pode receber em vida: “Vai, vende tudo o que tens e terás um tesouro no céu, vem e segue-me”. O jovem pesou na balança e considerou que suas conquistas materiais eram bem mais importantes que O Reino dos céus, a presença constante de Jesus em sua vida. E o texto termina dizendo que “o jovem partiu triste porque possuía muitas propriedades” Mt 19:22.  Mãos cheias e coração vazio. O problema do jovem era cobiça, avareza. E por essa causa, sua vida (inconsistente) consistia em possuir bens e ser possuído por eles. Felicidade e vida eterna não são questões de status social, Deus não faz acepção de pessoas, mas assim como o “jovem rico”, muitos podem se perder por depositar a vida nos bens terrenos.


Três Atitudes que farão toda diferença em sua vida

 Gabriele Andersen, nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. Teve fortes dores musculares durante o percurso, mas fez questão de atravessar a linha de chegada, mesmo  cambaleando, porque aos 39 anos, aquela era a última chance de concluir a prova em uma olimpíada.





Wallace Sousa
Desafiando Limites

Hoje em dia falar de vitória é fácil. Difícil é viver de vitória, e é por isso que os livros de auto-ajuda vendem como água, supostamente ensinando o segredo da felicidade (dúvida: quem vende segredo é o quê?). E tem também a teologia da prosperidade, que cativa – literalmente – tantos ouvintes.

Agora, eu fico a me perguntar: se ser feliz fosse algo simples e corriqueiro, por que alguém compraria livros ensinando isso? E as pessoas que dão crédito à teologia da prosperidade, porque se sentem derrotadas, essas têm a sua vida transformada? Se essa teoria teologia realmente fosse verdadeira e transformasse vidas, elas aceitariam a diminuição do Filho de Deus, que por eles morreu na cruz? #reflita

Dito isso, quero esclarecer que não vou ensinar nenhum segredo, mesmo porque sei guardar segredos (risos) e nem liberar palavra profética alguma sobre sua vida, até porque não sou profeta de atacado e também não quero atacar o bolso de ninguém. O que vou falar é algo simples e prático, que está disponível há quase 2.000 anos e é de fácil entendimento. #followme


Enfrentar a luta ou fugir do combate?

Sempre que penso em luta, lembro de duas situações: Golias afrontando o exército de Israel e todos, inclusive Saul, escondendo-se dele. Depois vem Davi, ainda sem fama e honra e aceita o desafio do gigante. O resto da história, as afrontas, o desprezo, a pedra, a queda, a vitória e a exaltação, você já sabe, não preciso repetir.

Mas, infelizmente, há tantas pessoas em nosso meio que, ao verem o tamanho do desafio a ser enfrentado, da luta a ser travada, correm da raia e fogem do embate. A vitória Deus dá nas mãos de quem se apresenta para a peleja, e não de quem se esconde da luta. #naodesista #insista

Também me recordo de uma história quase onipresente na web:

    O exército de Alexandre, o Grande, em certa ocasião atacou o inimigo, e um de seus soldados, bem jovem, tremendo de medo, acabou fugindo. Capturado e trazido à presença de Alexandre, o desertor pensou consigo que seria o seu fim.

Pornografia: corrompendo a mente, destruindo lares.





Por Wilma Rejane

Atenção

O vídeo no final do artigo faz parte de uma campanha internacional, criada pelo pastor Josh McDowell, nos Estados Unidos -" A tentação está a um click de distância"- contra a pornografia na internet. Penso que esse material é tão útil e impactante que deveria ser usado como alerta e ensinamento em nossas igrejas. Especialmente, porque esse tema diz respeito a todos nós. Existem muitos cristãos (crianças, jovens,adolescentes, adultos) escravizados e corrompidos por este vício. E se a família e a igreja não se prepararem para prevenir, combater, e curar, a escola e outros meios irão roubar as mentes e os corações, para toda sorte de males decorrentes da pornografia. A oração e o amor derrubam barreiras inimigas, mas precisamos também vigiar, porque o mal é por vezes silencioso e quando aparece já está em estado grave. 



Testemunho: sofri, mas venci.

As últimas brasas da fogueira já estavam quase apagadas. As etiquetas nas garrafas estavam danificadas, depois de dias expostas ao sol. Os que haviam acampado perto de minha barraca já estavam longe há algum tempo. Meu amigo e eu pegamos as coisas que estavam para trás. Ficou apenas um CD de hip-hop. Tínhamos algumas malas e garrafas vazias. Além de uma revista.

Sua capa estava molhada e irreconhecível. Eu a abri com um pedaço de pau. Havia orvalho naquele dia e as páginas da revista também estavam molhadas. Naquele momento eu vi uma mulher. Ela estava com seus seios descobertos.

Desde meus sete anos tenho fugido. Quero dizer, meninas eram “problemáticas”. Elas eram indesejáveis. Tinham alguma coisa que desejávamos, mas não sabíamos dizer o que, já que nunca as alcançávamos. Eu ainda me lembro daquela cena. Eu estava ao mesmo tempo empolgado e receoso. Eu não conseguia entender a razão, mas sabia que ninguém deveria me ver olhando aquela revista.
De uma coisa eu sabia: eu queria mais.

Alguns anos depois eu tive minha chance. Dessa vez eu não fugi. Eu tinha treze anos e estava na casa do meu amigo Tyler (nome fictício). Ele era meu único amigo com acesso à internet. Quase todos os dias nós jogávamos no computador por horas.

Certo dia, eu cliquei em um ícone que pensei ser um jogo; tudo mudou em nossa vida. Não era um jogo, mas um vídeo. Nossa primeira reação foi cair na gargalhada com as lentas imagens daquelas mulheres. Era uma gargalhada do tipo “desligue isso; é tão ridículo”. Contudo, nós não desligamos. Assistimos ao vídeo e, então, eu fui para casa.

Tyler continuou procurando por vídeos daquela natureza e me mostrou o que havia encontrado. Dessa vez, eu não fugi. Não queria continuar olhando, mas eu continuei. Estava hipnotizado.Com o tempo, ficar olhando, juntos, aquela nudez na internet causava-nos estranheza e desconforto. Por isso, Tyler e eu preferimos nos dedicar ao pornô solo. Tyler continuou a fazer download de tudo o que podia. Dos vídeos mais leves aos mais pesados. Eu, àquela altura, estava dividido entre o prazer de ver aquelas cenas e a culpa que carregava dentro de mim pelo que estava a fazer. Em alguns dias eu estava forte, e resistia. Em outros, eu parecia um viciado em pornô, desesperado para achar uma imagem. Apesar disso, eu nunca comprei ou fiz download de um filme pornô. 

Era um garoto nascido na igreja, em uma cidade pequena. Todos me reconheceriam se descobrissem quem estava comprando aqueles vídeos. Além disso, eu não tinha computador em casa. Ao invés de comprar pornô, eu comecei a roubá-los.

Eu vasculhava as casas de meus amigos para ver se os pais deles tinham alguma revista Playboy. Quando não achava, as roubava de lojas de conveniência. Não muitas; apenas três ou quatro em alguns anos. De qualquer jeito, eu fiz.

Página por página eu ficava imaginando se aquilo poderia ser real para mim. Sei que é constrangedor dizer isso, mas aquelas mulheres pareciam me fazer sentir amado. Meus olhos desejavam aqueles corpos e faziam sentir-me um homem. Por um momento, eu me senti amado, desejado.Eu me sentia perto de alguém, e não me incomodava o fato de aquele alguém não ser real. Para mim era muito real.

Entretanto, aqueles momentos de plenitude passavam. Sempre. O prazer fracassava. Em pouco tempo eu era tomado por um sentimento de remorso e culpa. Sentia-me a milhões de quilômetros da bondade e a bilhões de anos luz de Deus. Eu sempre pensava naquela primeira foto de mulher pelada que eu vi, na minha infância. Achava que Deus estava com um bastão em sua mão, me punindo à distância e me mostrando que não tínhamos nada em comum.

Sabia que aquilo não era verdade. Eu era um cristão. Sabia que Deus me via perfeito e amável, assim como via seu próprio Filho. Conhecia todas aquelas coisas. Amor. Graça. Perdão.Contudo, eu não experimentava tais coisas em minha vida. Pior! Eu crescia cada vez mais frustrado comigo mesmo. Eu havia prometido para mim mesmo que eu não me incomodaria mais com aquilo, só para repetir meus erros.