Permitam-me começar com um ponto que tenho frequentemente levantado em meus escritos e palestras sobre profecias bíblicas, cumpridas e não cumpridas. O princípio é este: a profecia bíblica nunca se cumpre aproximadamente; ela sempre se cumpre exatamente como está escrita, como é profetizada. Portanto, devemos evitar o que chamo de "exegese jornalística". Essa é a tendência de muitos crentes de ler a imprensa diária e começar a especular. Devido a um ponto de semelhança entre um evento atual e uma profecia bíblica, eles acreditam que a profecia se cumpriu. Posso dar muitos exemplos passados e atuais dessa tendência.
No entanto, o procedimento adequado para interpretar as Escrituras é primeiro interpretar o texto em seu próprio contexto e, em seguida, verificar passagens relacionadas e ver exatamente o que o texto realmente ensina. Não devemos nos envolver em especulações sobre como a profecia pode ou não se cumprir. Assim, se um evento atual realmente se encaixa perfeitamente em uma profecia, então essa profecia se cumpre, mas não antes.
Então, o que as Escrituras realmente ensinam sobre a aliança que dará início aos sete anos de tribulação? Há duas passagens principais: Daniel 9:27 (no contexto dos versículos 24-27) e Isaías 28:14-22.
Daniel 9:27 - E ele firmará aliança com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e até à consumação; o que está determinado será derramado sobre o assolador.
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A aliança é feita especificamente entre Israel e o Anticristo. Na Bíblia, ela nunca é chamada de aliança de paz, embora seja uma aliança que garantirá a segurança militar de Israel. É porque a liderança de Israel depositará sua confiança nessa aliança e no Anticristo, que finge ser seu amigo, e não no Deus de Israel, que a assinatura dessa aliança desencadeará a tribulação. Somente na metade do período de sete anos, quando a aliança for quebrada, a liderança de Israel finalmente reconhecerá a verdadeira natureza daquele com quem assinou a aliança.
O plano de Trump se encaixa no que a Bíblia realmente diz? A resposta simples é: Não! O plano de paz de Trump pretende ser um tratado entre Israel e os palestinos. Deve ser assinado por Israel e pelos palestinos, e não por Israel e Trump. Se Israel assinar este pacto, não será porque confia nos palestinos para garantir sua segurança militar. Nenhum líder israelense — seja de direita, esquerda ou centrista — jamais aceitará ou confiará em qualquer líder árabe para garantir a segurança militar de Israel.
O que realmente acontecerá com o plano de paz de Trump é desconhecido neste momento. No entanto, independentemente do resultado, não se trata da aliança bíblica profetizada. O que se sabe no momento é o seguinte: os palestinos já rejeitaram a proposta de Trump e, de fato, já a rejeitaram antes de ela se tornar pública. Portanto, neste momento, o tratado é uma questão morta. Se os palestinos não se sentarem à mesa de conferências, Israel poderá optar por anexar as partes da Cisjordânia (Judeia e Samaria) que possuem assentamentos judaicos. Mas, novamente, nenhum dos resultados pode ser determinado com clareza neste momento. O que quer que eventualmente se torne definitivo não se encaixará nos detalhes bíblicos da aliança que dará início à tribulação.
Mais um ponto que precisa ser destacado: nossa bendita esperança não reside em esperar pelo Anticristo, quando a aliança de sete anos será assinada, quem vencerá a próxima eleição presidencial ou quem será o próximo líder israelense. Nossa bendita esperança é aguardar o dia em que nosso Messias, Jesus Cristo, virá à atmosfera e ressuscitará os santos mortos como profetizado no Novo Testamento. Ele então, repentinamente, arrebatará ou arrebatará os crentes vivos para levá-los ao céu.
Considerações:
Publico o referido artigo por concordar com seu ponto de vista fiel à Bíblia. Assim que foi anunciado o acordo de cessar fogo entre Hamas e Israel, procurei saber das cláusulas do acordo, se em algum lugar estava escrito a validade -o período de sete anos como diz a profecia- e não havia. Há, contudo, um prazo inicial de 45 ( quarenta e cinco) dias para que Israel e Hamas dialoguem e 60 ( sessenta) dias para conclusão da fase inicial do acordo.
Em nenhum lugar está escrito que o acordo mediado pelo atual presidente Donald Trump tem previsão para sete anos, esse nem mesmo é o tempo correspondente à seu mandato presidencial, também não é o tempo estimado para reconstrução de Gaza. Portanto, não há menção ou alusão ao período de sete anos que é componente determinante para o cumprimento da profecia.
Contudo, já está sendo apregoado aos quatro cantos que entramos no período de tribulação e o acordo cumpre profecia Bíblica, não é verdade!
Observemos às Escrituras e com o coração voltado para Deus, busquemos conhecer à verdade dos fatos, não estejamos ansiosos com o murmurinho do mundo, mas estejamos firmes, tranquilos e confiantes em Deus que nos fortalece.
Deus o abençoe, em nome de Jesus!
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Artigo publicado originalmente no site Ariel Ministers, acesso em 13/10/2025. ? Imagem Gemini
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