Os Nove Países Ateus e A Vida de Blogueira

Rio Atitlan na Guatemala

Sábado, dois de Abril. Acordei pensando em atualizar o blog porque a postagem principal já estava a três dias em destaque, merecendo renovo. Sabe, isso acontece comigo. Vou navegando pela internet, procurando novidades e ao clicar em uma página que já li, mudo mais que depressa: O que não quero para mim, não proporciono aos leitores. Lei do Reino: “Ao Próximo com a ti mesmo” Mc 12:31

Essa tendência imediatista e voltada para novidades é uma característica da sociedade moderna . Nos aborrecemos facilmente se as coisas não “andam” assim em ritmo de rock pauleira. Queremos ser atendidos velozmente no comércio, em casa, no trabalho. Queremos chegar rápido aos nossos destinos, ouvir o alô do outro lado da linha já na primeira chamada... e por ai vai.  Os diálogos são apressados e superficiais e já não se tem tempo suficiente para conhecer melhor o colega de trabalho que está de óculos escuros escondendo os olhos inchados de chorar por algo que o aflige. Velocidade digital! Esse tic tac acelerado manda na gente e obedecemos, consciente ou inconscientemente.

Deixei de lado o “rock pauleira” do dois de Abril, e pensei comigo: Quero “dançar valsa”, a beira do fantástico lago Atitlán na Guatemala, rodopiar ao som de Danúbio azul e abraçada com meu amado conversar baixinho ao seu ouvido. Acordei!  Tenho aula de Filosofia de 08h00min às 12, com direito a retorno às 14h00min e uma porção considerável de coisas para arrumar em casa, em virtude de uma reforma. E o blog?!  Ele não sai de mim, vivo a procurar artigos, em tudo que vejo, falo e vivo. Quem sabe a valsa de hoje possa ser um presente para meus leitores.

E na Universidade...




Muitos de meus colegas faltaram, acredito que o tempo lhes reservou algo imprevisível, (ou previsível) somente obedeceram ao tic tac acelerado e excluíram de suas agendas as lições programadas com o Professor Gerson sobre: Kant, Hegel, Max Weber, Nietzsche, Schopenhauer e Ludwig Wittgenstein. Que aula!  Fizemos uma viagem no tempo sob as interpretações de Paulo Ghiradelli Jr.


Dancei valsa sim, contemplei a sabedoria dos mestres enquanto silenciosamente aprendi e muito. Nem senti o tempo passar, provei o “sabor e ritmo” de cada nota musical que ecoou naquele recinto. E já no final, quando suspirava pela beleza da manhã do sábado, começamos a discutir a filosofia de Max Weber.  Algumas lições desse ateu convicto encaixaram como uma luva sob meu pensamento matutino de “viver em velocidade digital”.

“Uma das mazelas do capitalismo, é que as mercadorias dão ordens aos sujeitos. Perdemos o poder de decisão e somos influenciados pelo poder de compra.”

Minha amiga Valdeniza ilustrou a aula sob o pensamento marxista com uma reportagem da Revista Isto é, intitulada: “Nove Países ricos serão ateus até 2050”. Sabem, esses países são ricos! Os sujeitos estão sendo levados pelo capital e esquecendo-se de Deus! Canadá, Austrália, Áustria, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suíça e República Tcheca.

Meu “sonho de valsa” evaporou com essa ideologia imbricada na Europa, a La Max Weber. A ditadura do capital, manipulando os sujeitos que se tornam cada vez menos sujeitos e mais capitais.

A vida mansa de contemplar cada segundo como uma dádiva Divina, perceber Deus nas “pequenas” coisas, dançar valsa às margens do tranqüilo Rio Atlitán, sabendo que Deus é o Senhor da música, do belo, da felicidade, das apaixonantes maravilhas da natureza, estão em baixa?! Deus já não fará mais parte da vida dos europeus?!

E o Blog Nisso tudo?!

Ser blogueira tem a ver com velocidade digital, esta por sua vez é tão exigente com a produção quanto o mercado de capitais. Viva a era digital ! Porém, não nos tornemos escrava dela. Não façamos como os nove países que remontam a ideologia Marxista de servir exaustivamente ao capital, excluindo Deus da história. 

Vamos “dançar valsa”, enquanto o pulsar dos bits e bits e bits nos convidam a “dançar” apressada e cegamente a melodia da vida.



Wilma Rejane

7 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

oi wilma, tudo bem?

li seu texto degustando cada palavra e ideia pois você escreve muito bem.

essa ditadura do instantâneo faz parte do nosso tempo e temos que conviver com ela de uma forma ou de outra; ou se adequando a ela ou usando-a para criticá-la.

também fico com essa ânsia da novidade quando deixo um texto por mais de dois dias em meus blogues. mas procuro não ter tal ansiedade, não quero me deixar escravizar pela "vida instantênea".

quanto aos futuros "países sem deus", creio que merece uma análise mais profunda.

uma certa ideia de deus e do poder clerical da religião pode mesmo perder todo o sentido no futuro, mas acredito que a espiritualidade continuará a fazer parte da humanidade, independente das formas externas que a religião hoje se apresentam.

no mais, aproveite bem as aulas de filosofia, pois filosofar é preciso. rsssss

abraços

Wilma Rejane disse...

Oi Eduardo ! Tudo bem.

Foste mais que preciso no comentário. Ainda que as religiões percam o sentido e deixem de ser referencial para a humanidade, a espiritualidade continua. Esta é a causa primeira. Procuramos uma religião porque a espiritualidade "lateja" em nós.

Mas... já imaginaste um mundo mergulhado num "fast food" espiritual? A ditadura do instantâneo conquistando o transcendente? Aii !

Sabemos que Cristo é preciso, religião não. Contudo, é assustador saber que mesmo a igreja cristã já não terá tanta influência nesses países da Europa.

Obrigada Eduardo.

Deus o abençoe.

Maurício de Souza Lino disse...

Caríssima, boa tarde! Aqui são 17h35min. Deve ser o fuso horário que me antecipa.
Por isso, quero adiantar-lhe que estou enamorado pelos seus posts. Continuam sendo nostálgicos, históricos, contemporâneos, uma miscelânea de novidades, numa máquina do tempo! Parabéns! E, mais ainda, pelo vai e vem do fim de semana, omo nosso emocional trabalha, heim? Como nosso intelecto interage!
Graças a Deus, a Igreja onde exerço meu ministério não possui o estilo "fast-food". Adotamos, o "slow food". Deus nos livre de tal stress do século!
Agradeço fraternalmente a visita ao meu blog. Deus continue abençoando a toda a família aí pouco abaixo da linha do equador.
Ah, ia me esquecendo,a valsa, é libertadora, mágica, transformadora! Tira o stress! Traz paz à alma. Boa semana em Cristo!

Wilma Rejane disse...

Oi Fratermaurício!

Agora já é boa noite na capital mais quente do Brasil, mas por esses dias a temperatura tem baixado com as fortes chuvas.

Obrigada pela sempre alegre companhia.

Deus o abençoe e a todos os seus.

Em Cristo.

Eduardo Medeiros disse...

oi.

você me perguntou "Mas... já imaginaste um mundo mergulhado num "fast food" espiritual? "

você não acha que pelo menos no brasil, o tal fast food espiritual já está aí há tempos? é só ver a quantidade de igrejas evangélicas que existem em cada esquina, e quase sempre são igrejas sem conteúdo teológico e espiritual nenhum.

abraços

Wilma Rejane disse...

Sim Eduardo, é verdade. Vemos igrejas lotadas, templos se multiplicarem, estatísticas animadoras...quantidade, não qualidade.

O "fast food" espiritual acaba por provocar também "obesidade espiritual": comodismo, inércia e falta de saúde.

Que Deus nos conceda discernimento para ajudarmos os que estão presos nas vãs doutrinas. E que nós próprios não venhamos a cair nos enganos dos últimos dias.

Deus o abençoe.

Muito obrigada.

Anônimo disse...

Pois é amiga e dentro dessa realidade mais que veloz e voraz me dou conta de que seu blog é uma MARAVILHA, semelhante a dançar valsa com o amado..rs rs rs parabéns.

Valdeniza