Deus esqueceu de mim?


“... eu não me esquecerei de você!” (Isaías 49.15).

Folhas de outono. Os últimos raios de sol brilham sobre os campos ceifados. Pensativo, seguro uma folha colorida de plátano em minha mão. Caminho pelas folhas secas do chão. Sinto falta das plantações ondulantes de cereais – o amarelo vivo das flores dos campos de colza, o zumbido das abelhas à luz do Sol. Em breve os trajes cinza-pretos do inverno cobrirão o alegre colorido. Isso desperta um pouco de melancolia, de tristeza. Logo se repetirá: preparar os cobertores! Ligar o aquecedor! Acostumar-se aos dias sombrios!

Nessas épocas o inimigo dispõe de alta conjuntura. Quando lá fora está enevoado e turvo, a alma rapidamente entra em baixa. O Diabo agora tem promoções especiais de óculos escuros. Com frequência você verifica a pulsação da sua alma e olha para as ondas revoltas das circunstâncias. E rapidamente a pessoa sente estar em pesadas lutas espirituais, a exemplo de Elias: “Eu sou o único que restou...” (1Reis 18.22).

Talvez o lugar ao seu lado tenha ficado vazio? Os filhos já saíram do ninho aconchegante e alçaram voo próprio? Ficou tudo quieto ao seu redor? Então as suas orações agora possuem valor incalculável. Em pensamentos você acompanha os seus amados e espera que eles andem no caminho correto com o Senhor Jesus. Tenha a firme esperança de que suas orações não são em vão e que, ao final, o Senhor Jesus será vencedor.

Ou o outono tomou conta do seu interior? Então lembre sua alma que você não está só, nem abandonado! Que o Senhor Jesus está ao seu lado e segura a sua mão. Que o onipotente Deus dirige cada passo de sua vida e lhe envolve amorosamente. Que ele o segue e mantém os olhos atentos sobre você. Que os eternos braços dele estão estendidos para evitar que você possa cair. Esses pensamentos não são um ótimo consolo para você?


Ou o Diabo está sussurrando ao seu ouvido que justamente você não é alvo da graça de Deus? Pode ser que alguma falha pretenda lhe negar a liberdade de chegar diante do trono da graça? É possível que, em seus momentos de reflexão a sós, você se compare com outros mais dotados e bem-sucedidos e assim fica desanimado?

Por que você fica moendo e desgastando sua alma com esses ímpios “pensamentos de outono”, apenas porque suas forças são limitadas e não consegue administrar sua vida cotidiana? Apenas porque alguma dificuldade de ordem física lhe impõe alguma limitação e que seu caminho alterou completamente em relação àquilo que você havia planejado?

Qual é o espelho em que você se contempla? Você vê somente rugas em seu rosto, ao invés de reconhecer os sinais da graça de Deus em sua vida? Ah, que o sopro divino possa afastar efetivamente os seus pensamentos obscuros! Não, você não foi esquecido pelo seu Salvador. Nosso Pai celestial utiliza a figura de uma mãe para nos mostrar com quanto amor ele cuida e trata de nós. Observe com quanta dedicação uma mãe se debruça sobre seu filhinho. Com quanto carinho ela o embala em seus braços. Ela entende completamente as fraldas recheadas e o cheiro característico. Ela nunca fica contrariada quando, ao alimentar a criança, alguma coisa passa ao lado da sua boquinha.

Lembro-me dos nossos filhos. Na boca, o creme de cenoura; ao redor da boca, os rastros do incansável esforço em acertar a pequena entrada de acesso para o alimento. Ao invés de engolir o creme diligentemente, os pirralhos alegres faziam borbulhar bolhas de creme. Às vezes as boquinhas se assemelhavam a um tubo de spray. Os restos da comida ficavam espalhados em nossos óculos ou no avental. No entanto, nosso Pai celestial presenteou os pais com amor e paciência. E é justamente essa figura que ele utiliza para nos mostrar o quanto nos ama. Ele diz: “Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você!” (Isaías 49.15b). Assim, não há nada mais desmotivador e destruidor do que admitir ideias como: o Senhor se esqueceu de mim, me “excluiu” – me pôs de lado – me tirou do tráfego.

“Agora o Senhor me abandonou!” – Não há nada mais enganoso e sutil do que esta mentira.Na Bíblia lemos de corajosos homens de Deus que, após vencerem duras batalhas, ficavam totalmente amolecidos e suspiravam: “Agora o Senhor me abandonou!”. Não há nada mais enganoso e sutil do que esta mentira. Um filho de Deus é e permanece eternamente sendo um filho do Pai celeste. Ele ama plenamente – divina e perfeitamente. Não, você não está solitário, nem abandonado. Seu Salvador não o perde de vista. Você está guardado como se fosse a menina dos seus olhos. Por acaso você guardaria um diamante junto aos utensílios de limpeza? Acomodaria as suas economias no contêiner de lixo? Um vendedor ambulante certamente cuidaria melhor de suas preciosidades. Tudo o que for valioso na verdade merece toda nossa atenção.

Por isso, tome conta de sua alma e não dê espaço para pensamentos que o Senhor Jesus não aceita! E se mesmo assim o carrossel das ideias girar na direção errada? O desânimo nunca vem de Deus. Volte a praticar “exercícios matinais” com sua alma e lembre-a pela manhã das maravilhosas promessas de seu Salvador! Não esqueça: você é uma parte indispensável do plano de salvação de Deus, pois a sua vida é uma prova da graça divina!

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Autoria: Manfred Paul

Um comentário:

Wilma Rejane disse...



Olá pessoal,

Estive em viagem de férias, acabei de retornar e daqui a pouco teremos novos artigos.

Obrigada pela companhia.

Deus nos abençoe.