Vamos fazer uma selfie?

 


Wilma Rejane

É impossível não se deparar diariamente com o excesso de selfies e atenção destinada aos celulares conectados à internet. Vivemos um antropocentrismo moderno onde tudo é escorregadio, rápido e superficial.

Qual o destino dos selfies? As redes sociais, claro. Elas são a representação cotidiana de uma sociedade que valoriza tanto a aparência que se torna  incapaz de reproduzir momentos autênticos de aproximação em amor, solidariedade, compaixão e tantos outros sentimentos profundos e nobres que se esvaem em fotografias artificiais com objetivo de impressionar e receber likes.

Este caminho de dependência real do mundo “virtual” não tem volta, ele se agrava tanto pela necessidade de informação como pela superficialidade das relações. Porque coisas parecem tomar o lugar de pessoas e pessoas parecem ser absolutamente tomadas por coisas. E as coisas (computadores, celulares, smartfones...) se colocam entre pessoas impedindo-as de enxergar a vida como ela realmente é.

É só uma crítica, e não é para todos, nem para o uso da tecnologia, é para o esvaziamento das relações sociais. Às vezes não nos damos conta de quanto o entretenimento virtual parece atrair muito mais pessoas que o "espanto pela vida",  destino da alma, da vida, da morte e da irrefutável necessidade de salvação.

Os espelhos deste século refletem boas e belas maquiagens, sucesso, beleza, selfies em excesso. Mas a Palavra de vida, que abre o caminho para a salvação foi apregoada nos desertos. Era João, o Batista, convocando ao arrependimento. Era Moisés no Sinai, sozinho vendo a glória de Deus e a multidão derretendo ouro para fabricar um bezerro adotado como deus.


É preciso ficar a sós conosco e com Deus para conhecer a Verdade sobre Salvação. É preciso parar para refletir sobre "o espanto da vida". Na solidão da cruz do calvário Jesus nos deu todas as respostas, Ele estava só, humilde, profundamente abatido pela crueldade da multidão e da soberba dos status reais das cortes religiosas e politicas da época.

O mundo está mais egoísta e menos humano,  mais robótico, apoiado na força material moderna. Mas os valores antigos não mudam, os marcos fincados por Deus jamais serão removidos: o homem precisa matar a vaidade, o materialismo,  o egoísmo, o antropocentrismo e se voltar para Deus e para o próximo.

Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo Evangelho salvá-la-á! Marcos 8:35.

Quando me sinto afetada pelo mundo pela sobrecarga do trabalho e de tantas coisas, é na solidão que me refugio para falar e ouvir Deus. Jesus está comigo todos os dias, mas não sei como Ele é, de que cor ou altura, nunca O vi, mas Sua presença amorosa e irresistível está comigo sempre e isso é o que importa, O que Ele é! Na Bíblia não há selfies, fotografias dos apóstolos, profetas, não há fotoshops, lá está a realidade "nua e crua", intensa!

Não sou contra a beleza, a imagem, a arte, a internet por onde estou a apregoar as Boas Novas, O Evangelho da salvação. Contesto a falsidade, superficialidade, o excesso de preocupação com a aparência, o antropocentrismo em detrimento do caminhar com Deus em Espírito e Verdade.

Que Deus nos ajude e  ensine a viver moderadamente, não para servir a aparências, mas para refletir Sua essência. E que usemos a tecnologia a serviço do bem e não para fabricar uma glória humana que é fugaz, passageira. Que a honra pelas conquistas seja dada a Deus e que da simplicidade surja a beleza da vida, a intensidade da felicidade e da paz verdadeira que somente Jesus pode proporcionar.

Deus o abençoe, em nome de Jesus

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