Durante muito tempo, eu evitei a companhia. Evitei os olhares. Evitei as conversas. Carregava meu cântaro como quem carrega vergonha — e escolhia o meio-dia, o sol mais quente, para ir ao poço sozinha. Me acostumei a sobreviver assim: escondida, rejeitada, evitando o olhar das pessoas, com um coração que já não acreditava mais em amor, em pertencimento, em recomeços.
Carregava o peso de cinco alianças quebradas e agora estava em um sexto relacionamento que não me assumia. Mas naquele dia... Ele apareceu. Sentado à beira do poço, Ele me esperava. Sabia quem eu era. Conhecia minha sede. Falou comigo, não como quem acusa, mas como quem acessa o coração. Ele não só expôs minhas feridas — Ele curou cada uma delas com verdade e graça.
A água que Ele me ofereceu saciou algo que nenhum homem jamais conseguiu. Foi tão profundo... que eu deixei o cântaro para trás. Sim, deixei o peso, a vergonha, a solidão. Voltei correndo à cidade que antes eu evitava. Me tornei voz. Me tornei ponte. Me tornei fonte.
Mulher, talvez você esteja com o poço entulhado também. Talvez tenha enterrado seu valor debaixo da culpa, da comparação, da solidão. Mas Jesus ainda se senta à beira do poço. Ainda te espera, no calor do meio-dia, onde você acha que ninguém mais viria. Não para te envergonhar. Mas para te restaurar como fonte.
Deixe o cântaro. Volte para a cidade, volte para a comunhão. Você não é mais a rejeitada — você é a escolhida para anunciar.
Com amor,
A mulher samaritana.
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Carta Inspirada por Deus, escrita por Nohemy Vanelli / Nohemy é a nova colaboradora do blog A Tenda na Rocha, conheça mais sobre Nohemy em Editores do blog. Para seguir Nohemy em sua página pessoal no instagram acesse https://www.instagram.com/nohemyvanelli/ Imagem cortesia Pixabay
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