A identidade do Cavaleiro de Apocalipse 6 e sua relação com o Cavaleiro de Apocalipse 19.


 

Wilma Rejane

Em estudo anterior, que você pode acessar Aqui, foi analisado o Cavaleiro do cavalo branco em Apocalipse 19. Uma vez identificado o cavaleiro de Apocalipse 19 e desvelado o simbolismo das imagens que o compõe, torna-se instigante e revelador perceber a relação existente entre os dois cavaleiros que aparecem montados em cavalos brancos, em cenários diferentes, porém absolutamente interligados. É como se ambos os cavaleiros estivessem em um campo de batalha e o vitorioso cavaleiro de Apocalipse 19, com sua inscrição na coxa, fizesse uma referência direta ao cavaleiro de Apocalipse 6.

O fato dos dois cavaleiros estarem interligados, pode ser observado ainda pelo fato de: ambos estarem à cavalo, terem um grupo de seguidores que fazem parte da batalha. A arma do cavaleiro em Apocalipse 19 é uma espada que saí de sua boca, Ele não usa instrumentos nas mãos, nem coroa na cabeça, mas muitos diademas (Apocalipse 19:2). a espada que saí da boca indica palavras poderosas, poder e autoridade, julgamento. Os diademas são como referência aos arcos coloridos que envolvem o trono de Deus (Apocalipse 4:11). O cavaleiro de Apocalipse 6 usa coroa na cabeça e arco nas mãos, mas o arco não tem flecha.

O cavaleiro em Apocalipse 19 tem seguidores vestidos de linho branco e puro, igualmente montados em cavalos brancos. O cavaleiro em Apocalipse 6 é seguido por um exército de cavalos coloridos, destrutivos e malignos, cavalos com nomes de "fome, guerra e morte". Ambos cavaleiros aparecem iniciando tempos determinados, figurando como atores principais na narrativa; o cavaleiro de Apocalipse 6 abre um período de muita angústia e tribulações sobre a terra. O cavaleiro de Apocalipse 19 inaugura um período de paz, união e regozijo. O final da história Apocalíptica é conduzida pelo cavaleiro de Apocalipse 19 que converte toda a angústia em alegria.

O simbolismo do cavaleiro de Apocalipse 6

E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer. Apocalipse 6:2

Destaco inicialmente que o cavaleiro de apocalipse 6 não é uma figura que aparece de repente, de forma isolada, sem conexão com o contexto Bíblico. O cavaleiro em questão está presente por todo o livro de Apocalipse, desde o inicio quando João escreve às sete igrejas (apocalipse 1 a 3). É mais precisamente na carta dirigida a Igreja de Pérgamo que João faz uma referência direta a tal cavaleiro:

Sei onde você vive — onde está o trono de Satanás. Apocalipse 2:13

O que estava acontecendo em Pérgamo para que João relacionasse aquele lugar ao trono de Satanás? Pérgamo era o centro de adoração aos "deuses do Olímpo".O chamado Altar de Pérgamo, construído por Eumenes II entre 160 e 180 a.C., prestava-se aos sacrifícios a Zeus, o rei do Olimpo. Curiosamente, o deus mais popular em Pérgamo e em todas as regiões circunvizinhas era o filho de Zeus, o deus Apolo. 

Peço que analisem a seguinte imagem do deus Apolo, comparando-a com a descrição do cavaleiro de Apocalipse 6.




Apolo tem uma coroa e tem um arco sem flecha é a mesma descrição do cavaleiro de Apocalipse 6. E por que seu arco está sem flecha? Porque a flecha de Apolo está em atividade. Segundo A Ilíada de Homero, no Canto I, as flechas de Apolo espalham pragas mortais; "o filho de Zeus, Apolo, que acerta de longe...Com sua fúria atingiu as mulas e os cães; mas depois disparou contra os homens r as piras dos mortos ardiam continuamente" . a flecha do arco de Apolo está diretamente ligada a peste, consequentemente, o cavaleiro de Apocalipse 6 entra na narrativa disparando suas flechas mortais, trazendo a peste. em seguida os demais cavaleiros que o acompanham, que fazem parte de seu exército, trazem a guerra, fome, mortes violentas".

A referência a Apolo em Apocalipse 6 não é questão mitológica ou de figura de linguagem, ela tem um sentido literal que é a ação de Satanás na abertura dos selos do Apocalipse e esta abertura não indica necessariamente o período de tribulação indicado pelos profetas, mas tribulação no sentido de que um período difícil de muitas angústias tomará conta da terra. É o que Jesus chama em Mateus 24 de "dores de parto"; pestes, fomes, terremotos, guerras atingindo todo o mundo. 

Apocalipse 6 é um drama que está totalmente interligado com todo o contexto de Apocalipse. É interessante porque a linguagem do Apocalipse precisa, de fato, ser revelada para ser compreendida, as coisas não estão explícitas, não são entendidas sob o olhar imediato, mas depurado, demorado, analisado. É assim que o cavaleiro de Apocalipse 6 é introduzido no cenário, de um modo que se interroga: "Quem é esse? Por que está vestido dessa forma? por que porta um arco? e onde está a flecha do arco? Todo o livro de Apocalipse é muito profundo e necessita ser "mergulhado".

Apolo não faz parte de um passado distante, de um culto que era praticado antes de Jesus Cristo nascer e exercer seu ministério. O culto a Apolo é tão presente no atual século como foi no passado; Roma absorveu os deuses gregos, transformando-os em deuses romanos. Apolo é o "deus sol" reverenciado por muitas religiões chamadas pagãs. O culto a Apolo é toda espécie de culto que se opõe ao verdadeiro culto ao Deus único e verdadeiro.

Apolo cavalga em seu cavalo, lançando suas flechas mortais, desde muito antes da peste chamada de "Covid19". Apolo "lançou suas flechas" e cavalgou em seu cavalo branco espalhando vírus por todos os continentes e em épocas diferentes. O espírito de Apolo chama-se destruição, caos. O cavaleiro de Apocalipse 6 está aí, sempre esteve, ele é, de fato um Anticristo, mas não inaugura o governo da persona "anticristo, governante global dos últimos dias". 

Apolo entra no cenário porque o Cordeiro de Deus o introduz (Apocalipse 6:1), significa que o poder, o domínio e toda história humana está sob a direção de Deus Pai, de quem o Cordeiro é filho e é Um com Ele. O cavaleiro de Apocalipse 6 só age até onde o Cordeiro permite. Por isso vemos em Apocalipse 19, Jesus Cristo, cavaleiro vitorioso, com inscrição na coxa "Rei dos reis e Senhor dos senhores". As ofertas feitas a Apolo tinham inscrição nas coxas, eram estatuetas em ouro, bronze, mármores e outros materiais, o deus mais popular do Olimpo, filho de Zeus, deus dos deuses. E Jesus Cristo diz: " vocês nada são, estão vencidos, derrotados". Glória a Deus!

Finalizo, portanto, esse artigo que muito me gratificou na escrita. Compreendendo que Jesus Cristo é o Único senhor e Salvador que está no controle de toda a história humana. E a história humana tem principio e fim e nesse interim, o cavaleiro Apolo cavalga causando destruição, tal destruição ao tempo em que se caracteriza como "dores de parto" da humanidade, também é juízo de Deus, é chamada ao arrependimento, é convite para fazer parte do exército do cavaleiro de Apocalipse 19. 

Apolo foi causador de idolatria, pestes, enganos. Haviam muitos oráculos dedicados a Apolo onde pitonisas adivinhavam o futuro. O oráculo de Delfos foi o mais importante oráculo construído na Grécia, em Delfos, antiga cidade da Fócida. Edificado no século VII a.C., era visitado por milhares de pessoas, que procuravam respostas dos deuses para várias perguntas, tal oráculo ficava dentro de um templo dedicado a Apolo. Ao identificar o cavaleiro de Apocalipse 6 como Apolo, compreende-se que o espírito de adivinhação, de falsas profecias, de falsos cristos, também está presente na era de Apolo.

Diz a lenda que Apolo matou a grande serpente Piton com seu arco e flecha, a serpente vivia no oráculo de Témis e teria tentado contra a mãe de Apolo quando estava grávida dele. Apolo matou a serpente como vingança e toda essa simbologia também encontra lugar em Apocalipse, quando o cavaleiro de Apocalipse 19, Jesus Cristo, por fim, derrotará a antiga serpente, Satanás, com a espada afiada que saí de sua boca, glória a Deus!

Agradeço ao bom e maravilhoso Deus pelas revelações contidas em Apocalipse 6 e 19 e que foram trabalhas nesse blog. 

Deus os abençoe, em Nome de Jesus.


Um comentário:

Anônimo disse...


Graça e paz, irmã Wilma!

Obrigada por esse maravilhoso estudo com detalhes totalmente novos para mim. Há riqueza no conteúdo e nas relações entre os cavaleiros, é fortalecedor saber que Jesus Cristo é o vencedor e está no domínio de tudo.

Abraço, desde João Pessoa PB
Agnes Meira.